Sempre proteja o mais fraco na rua: qual é o papel do ciclista nessa regra?
Já pedalo há duas décadas pelas ruas e avenidas de São Paulo. Durante esse período, acompanhei a transformação da cidade do alto da bicicleta e o vultoso aumento de ciclistas, especialmente depois de 2013. Encaro tudo isso como uma evolução. Tímida, é verdade, mas perceptível e inegável.
Como adepto desse esporte apaixonante, que serve também como meio de locomoção, afirmo que também me transformei ao longo dos anos, sobretudo nos quatro últimos. Com a ideia de melhorar a convivência nas ruas e torná-la mais harmônica, passei a seguir rigorosamente as normas de circulação. E admito: ainda há vícios difíceis de extinguir.
Até 2015, era comum, por exemplo, o uso indiscriminado das calçadas ou o tráfego na contramão, além de falta de respeito aos semáforos. Respeitar essas regras simples, acredito, é um ponto de partida para que a bicicleta seja vista, enfim, como um meio de transporte legítimo. Um meio de transporte com direitos e deveres.
Um deles, senão o principal, é: proteja sempre o mais fraco na rua. Essa regra consiste basicamente em sempre dar preferência aos pedestres. Em contrapartida, ciclistas esperam a mesma atitude dos motoristas. A bicicleta tem prioridade na relação com os automóveis e motocicletas. Entre todos, o pedestre tem a prioridade.
Ou seja, ciclista não pode, de maneira alguma, pedalar na calçada. Quero ocupar esse espaço? Desça da bicicleta e a empurre. O mesmo serve para as faixas de pedestres. A recíproca é a seguinte: ocupe a faixa da pista [como diz o artigo 58 do Código Brasileiro de Trânsito] e espere ser tratado como um veículo.
Um dos últimos ensinamentos que a cidade e sua transformação me deram diz respeito às ciclovias. Por muito tempo, irritei-me com pedestres nesse espaço. Agora, tento entender seus motivos, muitos deles ligados à segurança e à precariedade das calçadas paulistanas. Portanto, aconselho: seja paciente até na ciclovia e sempre proteja o mais fraco.
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