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Famosos caíram: por que história do conteúdo público no Instagram é falsa?

Modelo Adriana Lima foi uma das que caíram na história falsa - Getty Images
Modelo Adriana Lima foi uma das que caíram na história falsa Imagem: Getty Images
do UOL

Rodrigo Lara

De Tilt, em São Paulo

22/08/2019 16h39

Sabe aquela "fake news" antiga que diz que todo o seu conteúdo de redes sociais, incluindo mensagens privadas, ficará público caso você não publique uma mensagem dizendo que não quer que isso aconteça?

Essa é uma mensagem falsa que tem circulado pelas redes sociais desde 2012, mas que agora encontrou no Instagram a sua nova casa. E com um agravante: tem um monte de celebridade replicando esse conteúdo, incluindo os atores Julia Roberts, Rob Lowe, Dave Bautista, o diretor de cinema Judd Apatow, o cantor Usher e a modelo e atriz brasileira Adriana Lima --esta já apagou a mensagem, inclusive.

O post do momento vem em um enorme bloco de texto em inglês que, basicamente, diz que o Instagram vai mudar a sua política de uso e tornar todo o seu conteúdo público.

Permission NOT given.

Uma publicação compartilhada por David Bautista (@davebautista) em

Caso você se depare com algo assim, pode ignorar (ou avisar o coleguinha para não passar vergonha): não, o Instagram não virou uma empresa pública nem está mudando suas políticas.

Tilt entrou em contato com a rede social, que emitiu um posicionamento bastante enfático: "Nada nestas publicações é verdadeiro".

No Instagram, especificamente, apenas suas fotos e stories podem ser públicos, e isso depende da configuração de privacidade escolhida pelo usuário. Já as mensagens privadas só viriam a público caso, por exemplo, o usuário tirasse um print delas e as publicasse. Algo que, convenhamos, parece bastante improvável.

Caso "justificado"

Essa mensagem falsa, no entanto, tem uma origem um tanto justificada. Em dezembro de 2012, uma atualização nos termos de serviço do Instagram dava a entender que as fotos publicadas passavam a ser de propriedade da rede e que esse material poderia ser utilizado para fins comerciais.

Na época, o Instagram alegou que os então novos termos de serviço estavam escritos de maneira dúbia e que, no fim, não era nada disso.

"Caso o Instagram fosse mudar algo agora, haveria uma consulta pública com os usuários sobre possíveis alterações no contrato de Termos e Condições de uso", explica o doutor em Direito Digital Marcelo Bulgueroni.

A possibilidade de uma mudança unilateral neste sentido fica ainda mais absurda em tempos onde a privacidade nas redes não apenas é uma preocupação constante, mas também tema de leis como a GDPR.

"Já há leis em vigor nos Estados Unidos e na Europa que exigem que uma mudança na destinação dos dados [de redes sociais e outros sites e serviços] seja amplamente comunicada e os usuários tenham a oportunidade de retirar seus dados e arquivos da plataforma em um prazo razoável caso não concordem", ressalta Bulgueroni.

Essa mensagem falsa lembra bastante outras que já circularam em redes sociais, como as que diziam que o Facebook passaria a ser pago, entre outras. "Mensagens do tipo atacam a ingenuidade do usuário, que fica temeroso em perder seus dados, vê-los divulgados inadequadamente ou perder acesso ao serviço e acaba acreditando na mensagem. Por isso vale um velho conselho, que é sempre checar a fonte", conclui Bulgueroni.

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