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Mueller entrega relatório sobre "caso Rússia" ao governo dos EUA

22/03/2019 19h51

Washington, 22 mar (EFE).- O procurador especial designado para investigar a suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos, Robert Mueller, entregou nesta sexta-feira seu relatório sobre o caso ao secretário de Justiça do governo americano, William Barr.

Mueller investigou por quase dois anos, desde maio de 2017, supostos laços entre a Rússia e a equipe de campanha do então candidato pelo Partido Republicano e agora presidente dos EUA, Donald Trump, avaliando inclusive a possibilidade de que o presidente possa ter obstruído a Justiça, e acusou 34 pessoas, entre elas seis ex-assessores do governante.

A decisão de divulgar ou não o relatório dependerá de Barr, que hoje confirmou que tinha recebido o esperado documento em carta enviada aos líderes dos comitês judiciais da Câmara dos Representantes e do Senado.

"(Mueller) concluiu a sua investigação sobre a interferência russa nas eleições de 2016 e sobre temas relacionados", disse Barr em um comunicado.

O secretário de Justiça alegou que estava "revisando o relatório" e que espera poder "avisar (aos legisladores) sobre as principais conclusões do procurador especial ainda neste fim de semana".

"Estou comprometido com a maior transparência possível, e lhes manterei informados a respeito do estado da minha revisão", declarou Barr, que está há um mês no cargo.

A Casa Branca informou que "não recebeu o relatório do procurador especial, nem foi informada" sobre seu conteúdo, em um tweet da porta-voz de Trump, Sarah Sanders.

"Os próximos passos dependem do procurador-geral Barr, e esperaremos que o processo siga seu curso", escreveu Sanders.

Na semana passada, a Câmara dos Representantes votou de maneira unânime a favor de que seja tornado público o relatório de Mueller, e o próprio Trump afirmou na quarta-feira que não se importa que o conteúdo do documento seja revelado.

"Que saia à luz. Que o povo o veja", disse Trump, embora ressaltando que Barr é quem tomará a decisão final sobre o resultado de uma investigação que Trump repetidamente classificou como uma "caça às bruxas" e "ilegal".

A investigação resultou em acusações contra o ex-chefe de campanha de Trump, Paul Manafort, e o braço direito dele, Rick Gates; e contra um ex-assessor do então candidato republicano, George Papadopoulos.

Também foram acusados o ex-advogado de Trump, Michael Cohen; o primeiro assessor de Segurança Nacional na Casa Branca do atual presidente, Michael Flynn; além do estrategista político Roger Stone.

Dos 34 acusados, 26 são de nacionalidade russa. Mueller também acusou três companhias da Rússia por irregularidade, entre elas a Internet Research Agency, acusada de fazer "uma guerra informativa" nas redes sociais para dividir a sociedade americana. EFE

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