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Bispos seguirão regras concretas contra abuso de menores

16/01/2019 17h04

Cidade do Vaticano, 16 Jan 2019 (AFP) - Os bispos do mundo todo, convocados pelo papa Francisco para tratar, no fim de fevereiro, sobre os abusos de menores na Igreja, aplicarão regras concretas contra esse problema, explicou o Vaticano nesta quarta-feira.

Para o Papa "é fundamental que, ao regressar a seus países, a suas dioceses, os bispos que venham a Roma estejam conscientes das regras que devem aplicar e, portanto, tomem as medidas necessárias para evitar os abusos, assim como para proteger as vítimas e para que nenhum caso seja encoberto ou ocultado", explicou o diretor interino da sala de imprensa do Vaticano, Alessandro Gisotti.

O papa "quer que o encontro seja uma reunião de pastores, não um congresso de estudos", disse.

Cerca de 180 participantes, entre eles os presidentes das conferências episcopais assim como líderes das Igrejas orientais, representantes de congregações religiosas e da Cúria romana, se reunirão de 21 a 24 de fevereiro na presença de Francisco.

A reunião, anunciada em setembro, gerou grandes expectativas entre as vítimas de abuso sexual, que exigem uma reforma interna e ações concretas.

O fenômeno afetou a credibilidade da Igreja, que se viu ainda mais desacreditada em 2018 pelos escândalos no Chile, Estados Unidos e Alemanha.

Gisotti reconheceu que embora o encontro gere grandes expectativas, é necessário levar em conta que "a Igreja católica não está no ponto de partida na luta contra os abusos", já que a instituição os combate há mais de 15 anos.

"A expectativa dos meios de comunicação é excessiva", advertiu na semana passada no portal oficial do Vaticano o novo "diretor editorial", o jornalista Andrea Tornielli, um dos homens mais próximos ao Papa.

"Normas, leis, códigos, procedimentos refinados e precisos não são suficientes sem uma mudança de mentalidade", afirmou Tornielli, repetindo o escrito pelo papa recentemente em uma longa carta aos bispos dos Estados Unidos.

Para responder aos escândalos pelos abusos sexuais e de poder, é necessário "um coração livre de compromissos e aparentes certezas", afirmou o Papa.

Francisco pediu "não só uma nova organização mas a conversão de nossa mente (metanoia), de nossa forma de rezar, de administrar o poder e o dinheiro, de viver a autoridade, e também de como nos relacionamos entre nós e com o mundo", afirmou.

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