Ela foi picada por aranha ao escolher alface na feira e acabou no hospital

A jornalista Débora Rocha estava acostumada a ir à feira orgânica em Florianópolis. Mas uma situação inusitada mudou completamente a sua rotina na última terça-feira (21). Na hora de escolher um alface, ela sentiu uma forte picada e um novo medo foi desbloqueado.
O que aconteceu?
Ao pegar a alface, ela sentiu uma picada muito forte, como se tivesse encostado em um espinho. "Com a dona da feira, a gente procurou o que poderia ter nas folhas. Não vi a aranha logo de cara. Na hora, eu fiquei supernervosa, tava com muita dor. E a dona da feira se desesperou. Assim que ela viu a aranha, ela jogou no chão e pisou em cima. O que é um erro, eu deveria ter tirado uma foto nítida para poder levar para o Pronto Socorro. Mas era uma aranha marrom, pintadinha, relativamente grande", disse ao UOL.
Com dedo inchado e enjoo, ela procurou ajuda do hospital. "Só estava com pouco de enjoo, dor de cabeça e muita dor na mão. Cheguei e fui para emergência, porque podia ser sério. No meu caso, como não tinha identificação da aranha e não tinha os sintomas mais graves de ter sido animal peçonhento, venenoso, entrei com medicação de corticoide e antialérgico, principalmente pela região da picada, para tirar o roxo e vermelhidão.
Meu dedo na hora inchou bastante, ficou vermelho e um pouco roxo, mas não tinha a marca da picada, isso me deixou mais tranquila, porque eu sei que quando é um animal mais peçonhento, a própria mordida fica infeccionada.
Débora ficou em observação nas últimas 24 horas, mas não apresentou nenhum sintoma.
O que fazer em casos semelhantes?
O professor Alvaro Pulchinelli Júnior, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), dividiu um passo a passo do que fazer em situações como essa.
- Primeira questão é identificar o animal que causou se aranha, escorpião, ou algum outro bicho.
- Depois, é lavar o local, o que diminui risco de contaminação pela picada, diminui uma provável de veneno. Não tira o veneno, mas a higiene é muito importante.
- Terceiro passo é não entrar em panico e procurar ajuda médica, não fazer tratamento caseiro.
- Por fim, é importante evitar medida heróica, chupar sangue, fazer corte, torniquete, totalmente fora de cabimento.
O professor ainda ressaltou que esses incidentes acontecem com mais frequência nesta época do ano, devido ao calor.
Tipos de aranha
Pulchinelli ainda explicou que existem três aranhas que são mais comuns no Brasil.
- Marrom e viúva-negra - têm comportamento menos agressivo, só ataca quando "espremida" e costuma ter no máximo 1,5 centímetros. Elas vivem próximas da gente, nos condomínios e gostam de locais cheios de entulho, por exemplo, e podem aparecer dentro de sapatos.
- Armadeira - essa é maior, mais agressiva, pode chegar aos 15 centímetros. Ela é mais encontrada em plantações, como cachos de banana.