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Primeiras operações antimigração do governo Trump prendem 538 pessoas em um dia

Estados com governos democratas foram os primeiros escolhidos para operações - Allan Lira/UOL
Estados com governos democratas foram os primeiros escolhidos para operações Imagem: Allan Lira/UOL

David Thomson;

24/01/2025 07h21

A administração Trump anuncia o início de sua política de expulsão em massa de migrantes. Essa era uma das grandes promessas de campanha do novo presidente dos Estados Unidos. Na quinta-feira (23), três dias após sua posse, a polícia anti-imigração ICE iniciou as primeiras operações contra imigrantes sem documentos.

Na quinta-feira (23), três dias após a posse de Donald Trump, a polícia anti-imigração ICE iniciou as primeiras operações contra imigrantes sem documentos. A ação inicia a política de expulsão em massa de migrantes do novo governo. Essa era uma das grandes promessas de campanha do novo presidente dos Estados Unidos.

As primeiras abordagens foram realizadas nas primeiras horas da manhã em Boston e Chicago por unidades de elite da ICE, a temida polícia anti-imigração. A escolha dessas duas cidades não foi por acaso, pois elas são "cidades santuário", ou seja, prefeituras democratas que se recusam a colaborar com a polícia federal na busca por migrantes. A ICE pretende caçar os ilegais até nos locais de trabalho, escolas e igrejas.

"Isso seria inadmissível e reprovável", afirmou o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, que se recusa a se intimidar. Afinal, Tom Homan, o homem nomeado por Donald Trump como o "czar das Fronteiras", ameaçou processar o prefeito caso ele impedisse a execução dessas expulsões em massa.

De qualquer forma, essas primeiras operações não têm como alvo famílias, mas sim indivíduos condenados e procurados por crimes graves. Ao visar redutos democratas pró-imigração e ao prender imigrantes sem documentos condenados, a administração Trump, atua em duas frentes ao mesmo tempo, buscando demonstrar que essa política anti-imigração tem como principal objetivo garantir a segurança dos cidadãos americanos.

Cerca de 538 migrantes ilegais foram presos e centenas foram expulsos durante essa operação em massa, anunciou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. "A administração Trump prendeu 538 migrantes criminosos ilegais", disse ela em uma mensagem publicada na noite de quinta-feira no X (antigo Twitter), acrescentando que "centenas" foram deportados em aviões militares.

Contestação do direito do solo suspensa por um juiz

Outro aspecto muito controverso dessa política do novo governo contra a imigração é a contestação do direito do solo ordenada por Donald Trump. Seu decreto, assinado no dia de sua posse, já foi temporariamente suspenso por um juiz federal de Seattle, que considera o ato "manifestamente anticonstitucional".

O direito do solo, ou seja, a obtenção automática da nacionalidade americana ao nascer no território dos Estados Unidos, é garantido pela 14ª Emenda da Constituição. Esse princípio fundamental está em vigor há mais de 150 anos nos Estados Unidos.

Sua revogação promete uma longa batalha judicial. Vinte e dois estados americanos e dezenas de organizações já entraram com ações para contestar o decreto, mas o objetivo político já foi alcançado por Donald Trump, que cumpriu sua promessa perante sua base eleitoral, ao afirmar que acabaria com o que ele chama de "turismo de nascimento".

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