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Trump volta a atacar imigração em entrevista e EUA anunciam mais soldados na fronteira com México

23/01/2025 07h02

Em uma entrevista ao canal Fox News, nessa quarta-feira (22), Donald Trump que vai intensificar ainda mais as medidas contra a imigração, dois dias após seu retorno à Casa Branca. O republicano, que prometeu deportar milhões de estrageiros sem documentos dos Estados Unidos, disse que "milhares de terroristas" estavam presentes no país e acusou a política adotada pelo governo Biden de "permissiva".   

Trump conversou ao vivo do Salão Oval com Sean Hannity, um dos principais apresentadores do canal. De acordo com o presidente, países como a Venezuela "tiraram suas gangues das ruas e as transferiram para os Estados Unidos", disse. "Nós vamos cuidar disso", ressaltou. "Chegamos bem a tempo".     

Pouco antes da entrevista, a porta-voz de Trump, Karoline Leavitt, anunciou que o Exército americano enviaria "1.500 soldados adicionais para a fronteira sul" com o México, além dos 2.000 que já estão no local.

O novo governo dos EUA também suspendeu até nova ordem todas as entradas nos Estados Unidos de milhares de refugiados de todo o mundo que solicitaram asilo, incluindo aqueles que tiveram o pedido aceito.  

O Departamento de Justiça americano ameaçou entrar com ações contra as autoridades locais que não implementarem as políticas anti-imigração de Donald Trump.     

O Congresso também aprovou nessa quarta-feira o primeiro projeto de lei da presidência de Trump sobre imigração ilegal. A medida, que deve ser sancionada pelo presidente em breve, exige a detenção automática pela polícia federal de imigrantes ilegais que foram condenados ou acusados de certos crimes.     

Cerca de quarenta membros do Partido Democrata votaram a favor da lei, o que demonstra um endurecimento da classe política americana em relação ao tema, incluindo a ala mais moderada.

Durante a entrevista à Fox News, Trump também foi questionado sobre seu perdão às mais de 1.500 pessoas indiciadas pelo ataque ao Capitólio, inclusive as que foram condenadas por violência contra a polícia. "A maioria era absolutamente inocente. Houve apenas pequenos incidentes. A maioria deles foi fabricada por pessoas da CNN", justificou, acusando o canal de TV americano.

Desmantelamento de políticas pró-diversidade

As primeiras decisões anunciadas por Trump também incluem o desmantelamento das políticas para promover a diversidade dentro do governo federal. Todos os funcionários que atuam nos programas DEIA (Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade) serão colocados em licença forçada.

O termo "DEI", que no vocabulário dos recursos humanos se refere aos objetivos de recrutar pessoas de minorias raciais ou sexuais, tornou-se um dos principais alvos da extrema direita americana.

Em um comunicado na noite de terça-feira, a Casa Branca lembrou da "promessa constitucional de igualdade racial neutra" e a promoção do "mérito".    

Após a eleição do republicano, várias grandes empresas americanas encerraram seus programas de diversidade e inclusão, em particular Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp), McDonald's, a fabricante Ford e os supermercados Walmart.      

Dois gêneros reconhecidos   

Donald Trump também assinou uma ordem executiva após sua posse que limita os gêneros reconhecidos pelo estado a "masculino e feminino", negando assim a existência oficial de pessoas transgênero.

A bispa episcopal de Washington, Mariann Budde, ficou comovida com essa virada ultraconservadora. Durante um culto na igreja, ela expressou preocupação com o medo que as políticas do presidente semearam entre imigrantes e membros da comunidade LGBT +.

Com informações da AFP

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