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Em seus últimos dias na Casa Branca, Biden avalia manter TikTok nos EUA

17/01/2025 06h56

Nos últimos dias de seu mandato, a administração de Joe Biden está buscando alternativas para evitar a proibição do TikTok nos Estados Unidos, prevista para entrar em vigor no próximo domingo (19), enquanto se prepara para transferir a questão para o presidente eleito Donald Trump. Na última quarta-feira (15), Biden usou seu discurso de despedida para reforçar a mensagem de que a "alma da América" continua em risco.

Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York

A administração de Joe Biden está explorando maneiras de manter o TikTok disponível no país, mesmo que a proibição prevista para entrar em vigor no domingo seja confirmada. "Os americanos não devem esperar que o TikTok seja banido de repente no domingo", afirmou um oficial da administração, indicando que alternativas estão sendo avaliadas para evitar que o aplicativo fique inacessível.

Bruce Reed, vice-chefe de gabinete da Casa Branca, lidera as discussões e tem recebido apelos para impedir a proibição. Caso Biden avance com o plano, a suspensão do TikTok não marcaria o fim de seu mandato, transferindo a decisão para Donald Trump, que assume a presidência na segunda-feira.

Enquanto isso, o futuro conselheiro de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, disse que o novo governo está pronto para intervir e preservar o acesso ao aplicativo no mercado americano. Já Pam Bondi, indicada por Trump para procuradora-geral, não garantiu que cumprirá a proibição durante sua audiência no Senado. A questão segue pendente de decisão do Congresso e da Suprema Corte.

Discurso de despedida em tom de alerta

Em seu discurso de despedida, Biden escolheu a Estátua da Liberdade como metáfora central, simbolizando o espírito resiliente e democrático dos Estados Unidos. Ele destacou que, como o monumento, o país foi construído por muitas mãos, enfrentou tempestades e continua avançando com união e trabalho coletivo. Para Biden, a estátua representa a "alma americana": uma combinação de esforços individuais e valores compartilhados que sustentam a democracia.

Biden também celebrou os avanços de sua administração, como a criação de quase 17 milhões de empregos, investimentos históricos em infraestrutura e energia limpa, e a volta da fabricação de semicondutores ao país. Ele ressaltou que essas ações não apenas impulsionaram a economia, mas também plantaram as bases para um crescimento sustentável e justo no futuro. Ainda, alertou sobre os perigos à democracia, defendendo regulamentações para grandes empresas de tecnologia, transparência no financiamento político e medidas contra a concentração de poder.

Decisões estratégicas

Nos últimos dias, Biden tomou decisões estratégicas para consolidar seu legado e proteger políticas de seu governo. Ele proibiu novas perfurações de petróleo e gás em águas costeiras, criou monumentos nacionais na Califórnia para preservar áreas naturais e assinou a lei climática mais ambiciosa da história.

No campo social, o presidente Biden concedeu um perdão recorde ao comutar as sentenças de cerca de 1.500 pessoas e perdoar 39 indivíduos, em um dos maiores atos de clemência de um único dia na história dos Estados Unidos.

Além disso, ele retirou Cuba da lista americana de países que patrocinam o terrorismo, uma medida que reverteu a classificação atribuída pelo governo Trump. Biden também expandiu as proteções contra deportação para milhares de imigrantes, incluindo aqueles de países como Venezuela e Ucrânia.

No campo global, reafirmou o papel dos EUA como líder mundial, com apoio à Ucrânia e estratégias para competir com a China em tecnologia. Essas ações refletem o compromisso de Biden em consolidar um legado focado em justiça social, inovação e defesa dos valores democráticos.

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