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MP-RJ denuncia procurador da Uerj e esposa por desvios de R$ 6 milhões

Ministério Público do Rio de Janeiro fez denúncia após reportagem do UOL - Ministério Público do Rio de Janeiro/2.jun.2022-Facebook
Ministério Público do Rio de Janeiro fez denúncia após reportagem do UOL Imagem: Ministério Público do Rio de Janeiro/2.jun.2022-Facebook
do UOL

Do UOL, em São Paulo

16/01/2025 21h43

O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou à Justiça o procurador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Bruno Garcia Redondo, por crimes contra a administração pública. O caso foi revelado em reportagem do UOL sobre um esquema de desvio de recursos públicos destinados à instituição.

O que aconteceu

O MP-RJ também denunciou a mulher do procurador, Fernanda de Paula Fernandes de Oliveira, o professor Oswaldo Munteal Filho e outras 16 pessoas. Eles apareceram em uma lista de pessoas que receberam, em pouco mais de um ano, R$ 6 milhões em verbas públicas para bolsas de pesquisa sob suspeita.

O órgão requereu à Justiça a perda do cargo público do procurador e do professor da Uerj. Ainda pediu a proibição de acesso e frequência às instalações da universidade. Entre os denunciados também estão o personal trainer do procurador da UERJ, a sogra, ex-sócios, ex-alunos, amigos e um servidor público do Município de Nova Iguaçu.

Os pagamentos estão registrados nas chamadas folhas secretas da Uerj, reveladas pelo UOL em 2022. Elas listam valores pagos, sem transparência, em projetos de extensão financiados com recursos do governo entre janeiro de 2021 e agosto de 2022. Parte desses dados se tornou pública após o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro ter solicitado as folhas de pagamento à universidade.

A investigação revelou que Bruno Garcia Redondo se valeu do cargo para incluir pessoas próximas em folhas de pagamento de projetos de extensão universitária, sem que realizassem os trabalhos alegados. A denúncia ressalta que a falta de mecanismos de controle e transparência na gestão da UERJ favoreceu a execução das fraudes, que resultou em prejuízo ao erário e enriquecimento ilícito dos envolvidos.

O promotor de Justiça Alexandre Themístocles diz que a fraude "foi resultado de um sofisticado plano criminoso". Ele destacou que os recursos, destinados à saúde, educação e segurança pública, foram desviados "para beneficiar indevidamente pessoas apadrinhadas por aqueles que deveriam zelar pela legalidade e eficiência da administração pública".

O esquema não vivia de meras apropriações pontuais de salários por servidores ausentes, mas do desmedido uso de vínculos laborais fraudulentos para o desvio de verbas públicas e enriquecimento de funcionários inescrupulosos. Promotor Alexandre Themístocles

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