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Lula está 'neurologicamente perfeito' após cirurgia na cabeça

12/12/2024 10h00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está "neurologicamente perfeito" após uma cirurgia de emergência realizada esta semana devido a uma hemorragia intracraniana, informou, nesta quinta-feira (12), sua equipe médica, após um novo procedimento.

Lula, de 79 anos, foi operado com sucesso na terça-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para drenar um hematoma próximo ao cérebro, resultante de um impacto sofrido há quase dois meses, quando caiu no banheiro do Palácio da Alvorada, em Brasília.

Nesta quinta-feira, ele precisou passar por uma intervenção complementar, um cateterismo por via femoral, conforme previsto no protocolo médico, para minimizar o risco de sangramentos futuros.

"(Lula) está neurologicamente perfeito, está ótimo", informou, após a intervenção, o neurocirurgião Marcos Stavale, um dos médicos responsáveis por seu atendimento no Hospital Sírio-Libanês, durante uma coletiva de imprensa.

A alta da terapia intensiva "deve ocorrer amanhã (sexta-feira)", avaliou outro médico de sua equipe, Roberto Kalil.

A previsão é que o presidente deixe o hospital paulista na próxima segunda ou terça-feira da próxima semana e volte para Brasília, onde precisará de "repouso relativo por algumas semanas".

Um dreno cirúrgico inserido na última terça-feira para tratar o hematoma foi retirado nesta quinta, "sem intercorrências", informou o hospital em um boletim médico.

Ainda segundo o texto, Lula está "lúcido e orientado, conversando normalmente" e recebendo visitas de familiares.

- Emergência na madrugada -

O presidente foi transferido na noite de segunda-feira para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após sentir dores de cabeça. Os médicos detectaram uma "hemorragia intracraniana", consequência tardia do impacto sofrido na queda, há quase dois meses.

Em 19 de outubro, Lula caiu no banheiro da residência oficial e machucou a parte de trás da cabeça. Ele levou pontos e passou por avaliações periódicas nas semanas seguintes.

A hemorragia detectada esta semana obrigou os médicos a realizarem uma cirurgia de urgência na madrugada de terça-feira para drenar o sangramento e evitar que o hematoma comprimisse o cérebro.

Com o sucesso da cirurgia, que consistiu na retirada de sangue acumulado, os médicos decidiram realizar um cateterismo dois dias depois para "minimizar o risco de futuros sangramentos".

O doutor Kalil explicou que a nova intervenção, de "baixo risco" e "relativamente simples", teve como objetivo a embolização da artéria meníngea, o foco do problema na cabeça.

Após o cateterismo, os médicos avaliaram que as chances de novos sangramentos no futuro são "menos de cinco por cento".

- "Exercício permanente da Presidência" -

Após o acidente doméstico de outubro, Lula cancelou uma viagem à Rússia, onde participaria da cúpula do Brics.

No entanto, ele manteve seus compromissos no Brasil e, em 18 e 19 de novembro, foi anfitrião da cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

A Constituição prevê que o vice deve substituir o presidente em caso de "impedimento" temporário, mas não especifica quem ou como deve ser avaliado se o presidente tem capacidade de exercer o poder.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, assumiu parte da agenda de Lula, mas não assumiu oficialmente as funções presidenciais durante sua recuperação.

Embora permaneça hospitalizado, Lula "está em exercício permanente da atividade da Presidência da República", reforçou, nesta quinta-feira, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O presidente também assinou digitalmente documentos oficiais.

- Incerteza para 2026 -

O problema médico de Lula trouxe de volta à tona a questão da sucessão na esquerda brasileira, que ainda não tem nomes claros para substituí-lo como possível candidato nas eleições presidenciais de 2026.

Lula disse em novembro que, se "não houver outro candidato", ele estará "pronto" para concorrer, embora espere que "não seja necessário" e que haja uma "grande renovação política" no Partido dos Trabalhadores.

Por outro lado, a direita também não tem um panorama definido. O ex-presidente Jair Bolsonaro pretende concorrer, mas está inelegível pela justiça devido a acusações infundadas sobre a confiabilidade do sistema eleitoral.

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© Agence France-Presse

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