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Por que acusado de matar CEO pode ser condenado à morte se NY aboliu pena?

Mangione já solicitou à Justiça que os promotores fossem impedidos de buscar pena de morte - Curtis Means/Pool via Reuters
Mangione já solicitou à Justiça que os promotores fossem impedidos de buscar pena de morte Imagem: Curtis Means/Pool via Reuters
do UOL

Do UOL, em São Paulo

19/04/2025 05h30

Luigi Mangione, 26, foi indiciado na quinta-feira pelo homicídio do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, em dezembro de 2024 em Nova York, nos EUA. Caso condenado, ele estará sujeito a pena de morte, apesar de o estado não ter punição capital.

O que aconteceu

A Procuradora-geral dos EUA defendeu pena capital para Mangione. Pam Bondi orientou que promotores peçam pena de morte porque o crime foi premeditado e ocorreu "a sangue frio", segundo ela.

Mangione enfrenta acusações estaduais de homicídio e porte de armas em Nova York. Ele também enfrenta acusações estaduais na Pensilvânia, onde foi preso após uma semana de buscas para encontrá-lo. O acusado se declarou inocente das acusações estaduais.

Estado de Nova York não tem pena de morte desde 2004, quando um estatuto que a previa foi declarado inconstitucional. O fato é que autoridades federais ainda podem pedir à Justiça que imponham a sentença em determinados casos de assassinato. Se ele for condenado no caso federal, por exemplo, o júri decidirá, em uma fase separada do julgamento, se recomenda ou não a pena de morte. Qualquer recomendação desse tipo precisa ser unânime, e o juiz seria obrigado a aplicá-la.

Mangione já solicitou à Justiça que os promotores fossem impedidos de buscar pena de morte. Em um documento, advogados afirmaram que o anúncio feito pela procuradora-geral de que os promotores buscariam a pena de morte era "descaradamente político" e violava os protocolos do governo para decisões desse tipo.

Defesa de Mangione afirmou que está pronta. "Estamos preparados para lutar contra essas acusações federais, apresentadas por um Departamento de Justiça sem lei, bem como as acusações do Estado de Nova York, as acusações da Pensilvânia e qualquer outra coisa que eles queiram imputar a Luigi", disse Karen Friedman Agnifilo, advogada do preso.

Relembre o caso

Brian Thompson, CEO assassinado da UnitedHealth Group - Divulgação/UnitedHealth Group - Divulgação/UnitedHealth Group
Brian Thompson, CEO assassinado da UnitedHealth Group
Imagem: Divulgação/UnitedHealth Group

Brian Thompson, 50, estava em frente ao Hilton de Midtown, onde uma conferência de investidores era realizada. Ele faria uma apresentação no evento, mas foi atingido pouco antes das 7h (9h, no horário de Brasília) do dia 4 de dezembro.

Policiais tentaram reanimar Thompson e o levaram a um hospital, onde a morte foi confirmada. "Estamos profundamente tristes e chocados com o falecimento de nosso querido amigo e colega Brian Thompson, diretor-executivo da UnitedHealthcare", disse a empresa em comunicado.

UnitedHealth Group faturou 100 bilhões de dólares no terceiro trimestre de 2024. A UnitedHealthcare, administrada pela vítima, é um braço da companhia que administra produtos de saúde, como Medicare e Medicaid, para pessoas idosas e de baixa renda, financiados pelos orçamentos estatais.

* Com informações da AFP e DW.

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