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Dólar tem novo recorde a R$ 6,06 com pacote e Trump; Bolsa fecha em queda

Bolsa de valores. (Foto: Divulgação / Pixabay) -
Bolsa de valores. (Foto: Divulgação / Pixabay)
do UOL

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL, em São Paulo (SP)

02/12/2024 10h17Atualizada em 02/12/2024 18h20

O dólar comercial subiu 1,13% nesta segunda-feira (2), atingindo novo recorde nominal histórico: R$ 6,069 (valor de venda). A alta da moeda americana reflete o desconforto do mercado financeiro local com o pacote fiscal anunciado pelo governo brasileiro na semana passada e a ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifa de importação de 100% aos produtos dos Brics caso esses países tentem substituir o dólar como moeda em suas transações comerciais.

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda.

O que está acontecendo

O dólar comercial terminou o dia em alta de 1,13%, vendido a R$ 6,069. Essa cotação, usada em transações entre empresas, é a principal referência do mercado brasileiro. O dólar turismo encerrou o expediente com valorização de 1,02%, vendido a R$ 6,306.

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em queda de 0,34% O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, caía para 125.235 pontos.

Na semana passada, o governo brasileiro divulgou um pacote de medidas para diminuir seus gastos em R$ 70 bilhões em dois anos. O pacote desagradou os investidores, que acharam o montante insuficiente para reequilibrar as finanças públicas. A ideia de anunciar, ao mesmo tempo, a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês também caiu mal no mercado.

Nos EUA, Trump disse, no sábado (30), que pode impor tarifas de importação de 100% aos países do grupo Brics, que inclui o Brasil. "Pedimos que se comprometam [...] a não criar nunca uma nova moeda do Brics e a não apoiar nenhuma outra moeda para substituir o possante dólar americano, ou enfrentarão tarifas de 100%", escreveu Trump na rede Truth Social (que é dele), em referência ao grupo de países que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Durante o dia, o avanço do dólar se acelerou após o diretor de política monetária e presidente indicado do Banco Central Gabriel Galípolo dizer que o câmbio flutuante é um dos pilares da matriz econômica do país. Ele reiterou que a autarquia só atua no câmbio em caso de disfuncionalidades, ao responder pergunta sobre o tema no XP Fórum Político, do grupo financeiro XP. "Efetivamente, a gente vai continuar fazendo atuações só por questões de disfuncionalidades, como essa de você ter uma sazonalidade de final de ano de dividendos que vão para fora e coisas desse tipo", disse ele.

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Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central, e futuro presidente da autarquia

O mercado não gostou de ouvir isso. Muita gente esperava uma intervenção, dizem analistas.

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