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Ataques israelenses no Líbano após cessar-fogo mostram fragilidade do acordo com Hezbollah

Imagem aérea mostra cidade de Nabatieh, no sul do Líbano, um dia após o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, em 28 de novembro de 2024 - -/AFP
Imagem aérea mostra cidade de Nabatieh, no sul do Líbano, um dia após o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, em 28 de novembro de 2024 Imagem: -/AFP

Paul Khalifeh;Michel Paul;

Correspondentes da RFI em Beirute e Jerusalém.

29/11/2024 07h25Atualizada em 29/11/2024 09h30

Cerca de dez pessoas ficaram feridas em ataques israelenses no sul do Líbano desde que o cessar-fogo entrou em vigor na madrugada de quarta-feira (27). Os incidentes mostram a fragilidade do cessar-fogo e preocupam os libaneses.

Os ataques israelenses aparentemente não respondiam a tiros ou bombardeios dos combatentes do Hezbollah, de acordo com o correspondente da RFI em Beirute, Paul Khalifeh. Eles tinham como principal objetivo impedir o movimento de volta dos habitantes da região, particularmente nas cidades fronteiriças, considerado um triunfo para o partido xiita e sua base popular.

Cerca de doze localidades foram alvo de tiros de metralhadoras, de granadas ou até de mísseis lançados por drones. O ataque aéreo mais grave ocorreu em um vilarejo perto da cidade de Saida, ao norte do rio Litani, de onde o Hezbollah deve se retirar, segundo os termos do acordo de cessar-fogo. Aviões e drones israelenses continuaram seus voos sobre o sul do Líbano e a planície oriental de Bekaa.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, lembrou na quinta-feira (28) que tinha "falado sobre um cessar-fogo (não) sobre o fim da guerra" e ameaçou com um "conflito em grande escala se forem ultrapassadas as 'linhas vermelhas' do acordo".

"Múltiplas violações"

O Exército libanês acusou Israel de "múltiplas violações aéreas e terrestres", ao "atacar o território libanês com diferentes armas". As Forças Armadas israelenses continuam destacadas no sul do Líbano, mas devem se retirar dentro de 60 dias, de acordo com o acordo de cessar-fogo.

O comitê de supervisão do cessar-fogo, composto pelos Estados Unidos e pela França, ainda não foi formado.

Na manhã de sexta-feira (29), o porta-voz do Exército israelense ordenou em árabe aos habitantes de 60 municípios do sul do Líbano que não voltassem para suas casas até novo aviso "para sua própria segurança". Anteriormente, as Forças Armadas de Israel haviam proibido qualquer movimento nesta área entre cinco horas da tarde e 7 da manhã, mostrando preocupação com o regresso massivo de habitantes de cidades xiitas no sul do Líbano.

Resposta firme

Do lado israelense, o chefe do Estado-Maior, Herzi Halevi, promete uma resposta firme a qualquer movimento considerado uma violação da trégua.

Apesar disso, Israel continua a usar drones e tanques contra o Líbano. O incidente mais grave ocorreu na zona da cidade de Tiro, onde um avião de combate foi utilizado para neutralizar uma bateria de foguetes do Hezbollah prestes a entrar em ação, segundo Israel.

O governo israelense afirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos foram notificados sobre esta intervenção em tempo real. Em Israel, nesta fase, as pessoas deslocadas da região da fronteira com o Líbano ainda não voltaram a suas casas. De acordo com uma pesquisa do jornal Maariv, 57% dos israelenses não acreditam que esse cessar-fogo tenha qualquer chance de se manter.

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