O indiciamento dos senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL) por corrupção não causa surpresa, tampouco desperta a esperança de que ambos serão realmente punidos, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta sexta (20).
A Polícia Federal indiciou Braga e Calheiros nos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, como o UOL revelou com exclusividade. Os dois senadores são acusados de receber propina da Hypermarcas, atual Hypera Farma, em troca de favorecimento ao grupo farmacêutico no Congresso Nacional. O ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) também foi indiciado.
Isso é gravíssimo. Estamos falando de dois senadores e um ex-senador. São três patriarcas do MDB, gente graúda da política. É uma subversão do processo democrático. Eles deveriam representar seus respectivos eleitores, mas estavam representando outros interesses.
A gravidade do problema só é superada por outro aspecto: corrupção no Brasil virou assunto chato. Hoje, indiciamento da PF passou a produzir arquivamento, impunidade e bocejo. Estamos vivendo essa realidade.
Voltamos na História e viramos a página para trás. Esse é o cenário. O indiciamento é gravíssimo e envolve pessoas de grande relevância na República. Um deles [Braga] é líder do MDB e relator da reforma tributária no Senado. Mas tudo isso provoca bocejos. Todos sabem que isso resultará em arquivamento, impunidade e mais bocejos. Josias de Souza, colunista do UOL
Para Josias, o indiciamento de Braga e Calheiros remonta à época anterior da Lava Jato, uma vez que a operação de combate à corrupção ficou manchada pelas atuações de Sergio Moro e Deltan Dallagnol.
Isso daqui é um desdobramento de inquéritos que começaram ainda lá na fase da Lava Jato. Ficou dormindo e se arrastando por seis longos anos. Agora vem esse indiciamento que é gravíssimo, mas não provoca senão bocejos.
Restabeleceu-se a imoralidade no Brasil. Voltamos a uma era pré-mensalão, de absoluta subversão de valores. Hoje, ninguém está muito preocupado ou interessado em assuntos relacionados à corrupção, o que é uma tristeza.
Voltamos a esta era pré-mensalão porque aquela Vaza Jato revelou as perversões que resultaram de acertos feitos ali no escurinho do Telegram pelo Sergio Moro com Deltan Dallagnol e com a força tarefa de Curitiba. Isto jogou o combate à corrupção em uma cova.
Depois que Moro se transferiu da 13ª Vara de Curitiba para o Ministério da Justiça de Bolsonaro, aí ele jogou terra em cima desse esforço anticorrupção. Josias de Souza, colunista do UOL
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Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.
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