Menina de 10 anos passa mal em escola e morre; 'Ela era saudável', diz pai
Uma menina de 10 anos morreu após passar mal em uma escola de Rebouças, no Paraná, na tarde de segunda-feira (16). A família afirma que a menina era saudável.
O que aconteceu
Alyce Tesluki morreu após sentir-se mal durante uma aula na Escola Municipal Erasmo Pilotto. A menina começou a se queixar de dores na cabeça e náuseas antes de ser levada ao hospital. Apesar dos esforços de reanimação, ela chegou à unidade médica já sem vida.
Alyce era uma criança saudável e não tinha histórico de problemas médicos, segundo o pai, o comerciante José Adriano Vidal Tesluki. Ele relatou que a filha nunca apresentou sinais de doença. "Não tinha nada, nada, nunca se queixou de dor alguma", desabafou, ainda em choque com a morte súbita da filha.
Temos que esperar o laudo para saber o que houve. É difícil aceitar, porque ela sempre foi uma menina saudável. Por enquanto, o que dá para dizer é que é muito difícil conviver com essa dor. Ela era o meu anjinho.
José Tesluki
Em nota, a Polícia Civil do Paraná relatou que a menina chegou à escola na manhã de segunda-feira, aparentando estar bem. A situação, porém, piorou rapidamente, e a escola agiu prontamente ao chamar socorro. "Às 12h55, ela foi até o banheiro e reclamou de náuseas e dor de cabeça", informou a polícia.
Uma amiga da menina relatou o ocorrido aos profissionais da escola, que acionaram a ambulância. "Após o primeiro atendimento, a ambulância se deslocou até o hospital, onde a menina já chegou sem vida", acrescentou o comunicado.
'Sensação de vazio'
O pai da menina lamentou profundamente a perda da filha. Ele falou sobre a relação carinhosa que tinha com a menina e a sensação de vazio que sua partida deixou. "Imagina uma menininha que dizia todo dia antes de ir para a aula: 'te amo, te amo, te amo'. O que vai ser de mim, Meu Deus?", desabafou, ainda sem conseguir acreditar no que aconteceu.
Alyce havia passado por uma mudança recente de sala, o que a deixou nervosa. Segundo o pai, a menina foi transferida para uma nova classe após a diretora e a pedagoga decidirem que ela estava conversando demais e distraindo os colegas. "Ela terminava as coisas e acabava conversando, atrapalhando os outros", contou José.
A decisão da mudança foi explicada aos pais, que apoiaram a escola. "Me chamaram e eu concordei", relatou ele, que viu a troca de sala como uma maneira de ajudar a filha a se concentrar mais nos estudos. Apesar de nervosa, Alyce parecia estar lidando bem com a mudança. "Conversei bastante com ela e achei que ela estava calma. Faltava pouco para terminar o ano", comentou José.
A menina e o pai planejavam viajar para uma praia em novembro. Enquanto isso, a irmã mais velha participaria de uma minissérie cristã.
Alyce frequentava a igreja com sua mãe, que é evangélica, e sua avó, que mora com a família e ajudou a criá-la desde pequena. "Inclusive quinta passada ela foi à igreja. Sempre trazia óleo ungido e passava a mãozinha na minha testa, depois ungia minhas mãos e de todos na casa", lembrou o pai.
Amor por orquídeas
Alyce adorava flores — principalmente as orquídeas —, e animais, além de ser muito envolvida com a escola e a comunidade. Ela era membro da Associação Orquidófila Iratiense e participava de diversas exposições de flores. Seus perfis no Facebook e no Instagram são repletos de fotos com os mais diversos tipos de orquídeas, o que lhe rendeu o apelido de "mini-orquidófila" entre os amigos e familiares.
Recentemente, o pai havia lhe dado um cachorro, que se tornou seu "companheiro inseparável". Ela amava a natureza e gostava de fazer atividades ao ar livre, como cuidar da horta da família e pescar. "Ela era minha parceira de pescaria", contou José.
A comunidade escolar declarou luto e expressou condolências à família. A escola publicou uma nota lamentando a morte da aluna: "Nossa querida Alyce, nosso anjo foi morar com Deus. Vamos ficar com as lembranças alegres e os bons momentos da nossa querida aluna".
O UOL procurou a prefeitura municipal de Rebouças para obter mais informações sobre o caso, mas até o momento não houve resposta aos questionamentos.
A Polícia Civil segue investigando o caso para esclarecer as circunstâncias da morte. O laudo do IML será crucial para determinar a causa exata e trazer respostas à família e à comunidade escolar, que ainda se recupera do choque com a perda de Alyce.
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