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Tarcísio dá posse a 4.000 policiais civis após crise que envolveu a PM

Governador de SP, Tarcísio de Freitas, dá posse a 4 mil policiais civis em evento na capital - Francisco Cepeda/Governo do Estado de SP
Governador de SP, Tarcísio de Freitas, dá posse a 4 mil policiais civis em evento na capital Imagem: Francisco Cepeda/Governo do Estado de SP
do UOL

Do UOL, em São Paulo

10/05/2024 12h53Atualizada em 10/05/2024 16h10

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deu posse hoje a 4.017 novos agentes da Polícia Civil aprovados em concurso público de diferentes carreiras.

O que aconteceu

Afagos à Polícia Civil ocorrem após crise que envolvia a Polícia Militar. A posse dos mais de 4 mil agentes acontece semanas depois de uma medida que desagradou a Civil, quando Tarcísio decidiu aumentar o poder da Polícia Militar.

A crise entre Civil e PM culminou em um recuo do governo Tarcísio. Uma proposta de permitir que a PM registre ocorrências de menor potencial ofensivo — responsabilidade da Polícia Civil — aprofundou a rivalidade entre as duas corporações. Com a repercussão, a gestão Tarcísio recuou e pediu um estudo, com prazo de 45 dias, sobre o tema. O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse hoje que o grupo de trabalho está viajando a outros estados que têm a medida implementada para avaliá-la e assessorar o governador na tomada da decisão.

O argumento do governo de SP era dar mais celeridade ao atendimento de ocorrências. Reportagem do UOL mostrou que a medida já foi testada nos governos tucanos, mas foi cancelada pelo desgaste entre as duas polícias. O plano da gestão Tarcísio também previa que a PM cumprisse diligências requisitadas pelo Ministério Público ou pelo Poder Judiciário, ou seja, fazer investigações sobre os TCs (termos circunstanciados) que registrarem.

Déficit de policiais civis bateu recorde em SP. Segundo dados do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), até janeiro deste ano havia 17.231 cargos vagos em várias carreiras, como delegado, investigador, escrivão e médico-legista. Isso corresponde a um déficit de 41% — são 41.912 cargos existentes.

Agradecimento da Civil a governador e secretário. O delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, agradeceu hoje ao governador pela valorização da categoria e a Derrite pelo "apoio irrestrito". "A Polícia Civil está com o senhor", discursou. Dian foi um dos primeiros a se levantar contra o plano do governo envolvendo os termos circunstanciados e gravou um vídeo dizendo que a PM não pode investigar.

Posses de hoje contemplam candidatos aprovados em concurso de 2022 e remanescentes. A medida prevê a formação e contratação de 2.208 escrivães, 1.260 investigadores, 353 delegados e 196 médicos-legistas. Os convocados passarão por cursos de formação na Academia de Polícia. O evento de posse ocorreu no Ginásio do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.

Tarcísio disse que outro concurso, com 3.500 vagas, está em andamento. Somados aos nomeados de agora, até o fim do ano, 30% do efetivo será recomposto, de acordo com o governador. "Estamos falando nesse ano de incorporar à Polícia Civil 7.517 policiais. Isso é muito significativo", afirmou.

Insatisfação da Polícia Civil vem desde 2023

Delegados e representantes de sindicatos vinham reclamando sobre privilégios para PM. Derrite é capitão reformado da corporação. A praxe é que a pasta seja comandado por nomes de fora da polícia justamente para evitar acusações de favorecimento de uma instituição em detrimento da outra.

A Polícia Civil tem sido excluída de operações do Ministério Público, com apoio de policiais militares, contra o PCC. Desde abril foram três.

Diferença salarial foi primeiro capítulo da crise. Em 2023, seu primeiro ano de mandato, Tarcísio privilegiou PMs com um reajuste salarial maior.

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