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Papa compara contraceptivos a armas: 'Impedem a vida'

10/05/2024 07h44

VATICANO, 10 MAI (ANSA) - O papa Francisco participou nesta sexta-feira (10) de um congresso sobre natalidade em Roma, capital da Itália, e comparou métodos contraceptivos com armas.   

A declaração foi dada em meio à crônica queda da taxa de fecundidade no país europeu, que registrou em 2023 o menor número de nascimentos desde sua unificação, 379 mil.   

"Tem um dado que um estudioso de demografia me disse: neste momento, os investimentos mais lucrativos são a fábrica de armas e os contraceptivos. Um destrói a vida, e outro impede a vida", disse o Papa durante o evento "Estados Gerais da Natalidade", que conta com apoio do governo da premiê Giorgia Meloni.   

Francisco também voltou a usar um tom crítico contra pessoas que preferem ter animais domésticos em vez de filhos. "Não faltam cãezinhos e gatos nas casas, esses não faltam. O que faltam são filhos", declarou.   

Segundo o pontífice, "todos os governos" precisam se empenhar mais para que "as jovens gerações sejam colocadas nas condições de poder realizar os próprios sonhos". "É preciso pôr uma mãe na condição de não ter de escolher entre o trabalho e o cuidado dos filhos", disse.   

Francisco ainda destacou que a natalidade é "o primeiro indicador da esperança de um povo". "Sem crianças e jovens, um país perde o desejo de futuro. O Velho Continente se transforma em um continente cada vez mais velho, cansado e resignado", acrescentou.   

Uma projeção recente do Instituto Nacional de Estatística (Istat), patrocinador dos Estados Gerais da Natalidade, apontou que a Itália pode perder 11,5 milhões de habitantes até 2070, o que significaria uma redução populacional de cerca de 20% em meio século.   

O discurso do Papa foi cercado por um forte esquema de segurança, após a ministra da Família da Itália, Eugenia Roccella, ter sido alvo de protestos e impedida de falar por manifestantes pró-aborto no mesmo evento, na última quinta (9).   

Todas as entradas do local tiveram vigilância extra da polícia, e o ingresso no auditório só foi permitido com uma credencial ou documento de identificação. (ANSA).   

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