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Socialite que denunciou cárcere é herdeira da empresa de baralhos Copag

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Imagem: Reprodução
do UOL

Alexandre Garcia

Colaboração para o UOL, de São Paulo

05/05/2024 04h00

A socialite Regina Lemos Gonçalves, 88, que denunciou ter sido vítima de cárcere privado, é viúva de Nestor Gonçalves, ex-proprietário da empresa de baralhos Copag. A companhia centenária foi fundada em 1908, época em que importava artigos de papelaria para vender no Brasil. Em 1918, a empresa iniciou a produção própria das cartas e hoje é a fornecedora dos baralhos utilizados nos torneios do Campeonato Mundial de Poker.

O que aconteceu

Moradora de um tradicional edifício em Copacabana, a socialite passou a não ser mais vista. O sumiço do tradicional prédio do Chopin foi relatado pelos vizinhos, que desde dezembro não cruzavam com a herdeira da Copag. A família afirma que Regina estava em cárcere privado.

O ex-motorista de Regina Gonçalves é o principal suspeito. José Marcos Chaves Ribeiro, 53, com quem Regina Gonçalves tinha uma união estável, é visto como o principal responsável pelo sumiço. Ela conseguiu fugir em janeiro.

Sem filhos, Nestor deixou uma herança de US$ 500 milhões (mais de R$ 2,5 bilhões na cotação atual) para Regina. Além do apartamento no Chopin, ela também é proprietária de uma mansão avaliada em R$ 15 milhões, que abriga obras de inúmeros artistas renomados.

Conheça a Copag

A empresa foi fundada em 1908 pelo imigrante português Albino Dias Gonçalves. Na época, a companhia funcionava como uma importadora de materiais de papelaria. Em 1918, Albino passa a fabricar baralhos e altera a razão social da empresa para Copag (Companhia Paulista de Artes Gráficas).

O Baralho 139 surge em 1923. Já com uma fábrica situada no bairro do Brás, em São Paulo, a empresa assumiu a liderança do mercado nacional com o modelo. O 139 é até hoje reconhecido como o carro-chefe da Copag e deu origem ao Dia do Baralho, celebrado em 13 de setembro.

Empresa sofre com a proibição do jogo no Brasil, em 1946. Quando os cassinos foram fechados no Brasil, a Copag paralisou sua atividade. No entanto, as vendas de baralhos aumentam com a migração dos jogos para os clubes e residências.

Produção exclusiva de baralhos vem em 1954. Com a venda de parte da gráfica, a Copag encerra todas as atividades não relacionadas com a fabricação das cartas. No mesmo período, uma nova tecnologia contribuiu para o aumento de confecção dos modelos.

Fábrica de 6.500 m² é inaugura em Manaus (AM). No ano de 1987, a empresa dá um salto ao migrar sua produção de São Paulo para o Amazonas. No início da década seguinte, o foco da companhia passa a ser a globalização de seus baralhos.

Compra de concorrente fabricante do Baralho Pinguim. No início dos anos 2000, a Copag adquire a Sociedade Impressora Caxiense, uma de suas maiores concorrentes durantes as décadas anteriores.

Parceria com a Cartamundi. Em 2005, a Copag vendeu 50% para a empresa belga. No mesmo ano, a companhia brasileira se torna a fornecedora oficial de baralhos para o WSOP, principal torneio de Poker do mundo. Em 2019, a Cartamundi compra outros 25% da participação e passa ser majoritária à frente da empresa.

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