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Número de mortos pelas enchentes no RS mantém-se em 155; desaparecidos são 94

18/05/2024 12h42

SÃO PAULO (Reuters) -O número de mortes confirmadas em decorrência das enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul continuou em 155 neste sábado, o mesmo apurado em balanço da manhã da Defesa Civil estadual, enquanto o número de desaparecidos permaneceu em 94.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), visitou neste sábado áreas atingidas pela enchente no Vale do Taquari, e disse que está em conversas com prefeitos da região para tratar temas críticos de curto prazo, como abrigos, moradias temporárias, definitivas e liberação de acessos.

Os comentários foram feitos após reunião com prefeitos da Associação dos Municípios do Alto Taquari (Amat), em Encantado (RS).

"A gente tem convicção de que vão conseguir encaminhar soluções rápidas para contratação, mas que vão levar ainda algum tempo, em alguns trechos ali, para poder ser resolvido de maneira definitiva", afirmou o governador.

As fortes chuvas das últimas semanas afetaram mais de 2,3 milhões de pessoas em 461 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul. O desastre, a maior tragédia climática da história do Estado, também deixou mais de 540 mil pessoas desalojadas e 806 feridas, de acordo com a Defesa Civil estadual.

O governador reforçou a disponibilização de 1,5 milhão de reais em horas-máquina a municípios atingidos para ajudar na manutenção de estradas e recomposição de trechos mais críticos.

Ele acrescentou que uma secretaria especial para reconstrução do Estado trabalhará em projetos técnicos e estudos voltados para contenção e proteção dos municípios. Segundo o governador, em relação ao monitoramento de possíveis eventos futuros, a grande dificuldade é saber o nível até onde as águas irão chegar e seus impactos.

"A gente está emitindo alertas para os prefeitos, mas trabalhamos, na verdade, com a perspectiva daquilo que já se teve em outros episódios. E o pior episódio que a gente tinha vivenciado era o de setembro do ano passado", disse.

Em setembro passado, o Rio Grande do Sul foi atingido por um ciclone extratropical que provocou chuvas intensas, causando alagamentos e destruição no Estado. O incidente deixou dezenas de mortos.

"Não imaginávamos que poderia ser ainda pior do que aquele. Então, a gente precisa ter esses recursos de estudos, de tecnologia, que nos permitam ter essa melhor visão", afirmou.

"Isso está sendo contratado pelo Estado e eu vou me encarregar também de garantir que isso saia o quanto antes."

O lago Guaíba, na capital Porto Alegre, estava no final da tarde com o nível em 4,55 metros, ainda superior à cota de inundação de 3,0. Outros como os rios Gravataí e dos Sinos também permaneciam com elevação acima da cota, segundo dados mais recentes da Defesa Civil estadual.

Na sexta-feira, o governador gaúcho estimou que o Estado deve perder 14 bilhões de reais em arrecadação devido às enchentes.

Enquanto isso, a primeira leva de medidas emergenciais anunciadas nas últimas semanas pelo governo federal para apoiar o Rio Grande do Sul representa um gasto primário de pelo menos 13,4 bilhões de reais, valor que deverá aumentar, segundo o Ministério da Fazenda.

(Reportagem de Patricia Vilas Boas; edição de Gabriel Araujo)

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