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Chuva perde força no RS neste domingo (5); temperatura sobe na capital

Guaíba atingiu nível histórico e provocou inundação em Porto Alegre - Miguel Noronha/Enquadrar/Estadão Conteúdo
Guaíba atingiu nível histórico e provocou inundação em Porto Alegre Imagem: Miguel Noronha/Enquadrar/Estadão Conteúdo
do UOL

Do UOL, em São Paulo

04/05/2024 23h31Atualizada em 04/05/2024 23h56

As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul e já deixaram ao menos 55 mortos vão começar a perder força neste domingo (5), segundo a Climatempo. A previsão indica a diminuição da instabilidade, apesar de áreas de nebulosidade e pancadas de chuva em diferentes regiões do estado durante o dia.

O que aconteceu

Previsão para chuva no domingo é de 70% em Porto Alegre, ante 93% do sábado (4). A temperatura também sobe, com mínima de 19ºC e máxima de 27ºC. O sol deve aparecer entre nuvens, com chuva passageira e isolada durante o dia. No período noturno, o tempo fica firme na capital.

Em outras regiões do estado, há possibilidade de pancadas de chuva com raios e eventuais rajadas de vento. Essas condições devem acontecer nas regiões dos Vales (Vale do Jacuí, Vale do Rio Pardo, Vale do Taquari e Vale do Caí), das Missões (noroeste), centro do estado, na região metropolitana de Porto Alegre e no litoral norte. Segundo a Climatempo, ainda há risco para alagamentos e enchentes no estado.

Previsão para domingo (5) "não é mais nada perto do que estava acontecendo". Segundo a meteorologista Catia Valente, da Sala de Situação do Estado, o volume de chuva está diminuindo "cada vez mais". Porém, ela indicou que a tendência é de que no domingo, assim como no sábado, ainda haja alguns volumes de precipitação em áreas já muito impactadas pelo evento meteorológico.

Governador destaca que previsão de chuva fina também traz problemas. Eduardo Leite (PSDB) explicou que esse quadro meteorológico pode trazer umidade maior e neblina, sendo que este último pode dificultar o sobrevoo dos helicópteros de resgate. "Ainda vai ter muitos transtornos para os próximos dias, infelizmente, em razão do grau dos danos nos nossos municípios", disse, em transmissão ao vivo no sábado (4).

Guaíba deve ficar acima dos 4 metros de altura por 5 a 10 dias, estima Defesa Civil. Na cheia de 1941, o Guaíba ficou com o nível acima dos 3 metros durante 25 dias e, segundo o órgão, "como essa cheia [de 2024] foi maior, a gente tem a perspectiva de ter esses valores também". "Essa é uma situação bem complicada para Porto Alegre e toda a região banhada pelo Guaíba". No sábado, o Guaíba chegou aos 5,22 metros de altura às 20h.

Segunda (6) e terça (7) não deve chover em Porto Alegre. Na segunda, a chance de tempestade é de 11%, contra 14% na terça. Nos dois dias, a previsão é de sol entre nuvens, segundo a Climatempo. As máximas poderão atingir 35ºC em algumas cidades e podem alcançar 32ºC a 34ºC na Grande Porto Alegre. Na terça, afirma a MetSul, o sol e calor continuam predominando e as chuvas temporais deverão ficar concentradas no extremo sul do estado e próximo das fronteiras.

Chance de chuva volta a aumentar a partir de quarta-feira (8)

Em Porto Alegre, a chance de chuva na quarta-feira (8) é de 63%. O sol aparece no período da manhã, com aumento gradativo de nuvens. Pancadas de chuva são previstas durante a tarde e a noite.

Na quinta-feira (9), a possibilidade de chuva na capital fica em 53%, ante 45% na sexta (10). Na quinta, o sol é acompanhado por chuva no período da manhã, enquanto haverá pouca nebulosidade à noite. Já na sexta, o sol parece entre nuvens e há previsão de chuva rápida durante o dia e à noite.

A partir da quinta-feira, a temperatura também começa a cair e ficar na casa dos 13ºC de mínima e 20ºC de máxima na capital.

Entenda a situação das chuvas no RS

Um rio atmosférico persistente é o responsável por agravar a situação das chuvas no Rio Grande do Sul. Segundo o Metsul, o corredor de umidade, que ainda deve durar vários dias, está "transportando grande quantidade de umidade da região amazônica pelo interior do continente até o território gaúcho".

O fenômeno climático ajuda a explicar tragédias no Brasil. Assim como a água corre na superfície, também existem fluxos massivos de água nos céus. Na América do Sul, um desses enormes corredores de umidade atmosférica vai justamente da região amazônica até o Centro-Sul do Brasil.

Esse "rio voador" carrega parte da água que evapora no norte para outras partes do território nacional. Então, parte dessa umidade cai como chuva. Combinado com ventos de alta velocidade, o ar úmido produz chuva pesada. Esses eventos extremos de precipitação podem causar danos catastróficos à sociedade.

Dados do MetSul indicam que esse rio atmosférico seguirá atuando entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai durante grande parte desta primeira semana de maio. O instituto de meteorologia informa que "fortes a intensas áreas de instabilidade com volumes de chuva excessivos" devem seguir em atuação nos próximos dias.

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