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Ibovespa fecha em alta com ajuda de Fed e Moody's; Bradesco e Weg recuam

02/05/2024 17h05

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, reagindo à indicação do banco central dos Estados Unidos, na véspera, de que ainda está inclinado a eventuais reduções nos juros na maior economia do mundo, enquanto as ações de Bradesco e Weg figuraram entre as maiores quedas após resultados do primeiro trimestre.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,95%, a 127.122,25 pontos, embalado ainda pela melhora da perspectiva do rating brasileiro pela Moody's. Na máxima do dia, chegou a 127.670,16 pontos. Na mínima, a 125.925,55 pontos.

O volume financeiro no pregão somou 24,1 bilhões de reais.

Na quarta-feira, quando não houve negociação na bolsa brasileira em razão de feriado no país, o Federal Reserve manteve as taxas de juros na faixa de 5,25% a 5,50% e reforçou que o quadro de inflação está mais adverso, o que corrobora a visão de ser improvável que o Fed inicie o ciclo de cortes em junho.

O chair do banco central norte-americano, Jerome Powell, contudo, enfatizou ser pouco provável que o próximo movimento na taxa de juros dos EUA seja de aumento, acrescentando que o foco do Fed tem sido manter sua atual postura restritiva.

Na visão do chefe da EQI Research, Luís Moran, não houve mudança no discurso recente do Fed, mas talvez o mercado tenha precificado um cenário muito ruim, com alguns contemplando até a chance de aumento de juros. "Foi mais um alívio."

Na véspera, os rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA fecharam a 4,591%, de 4,684% na terça-feira. Nesta sessão, marcavam 4,5852% no final do dia. Ainda em Wall Street, o S&P 500 encerrou o pregão em baixa na quarta, mas subiu 0,91% nesta sessão.

As atenções agora se voltam aos dados do mercado de trabalho norte-americano previstos para sexta-feira, que devem mais uma vez ajudar a medir a saúde da economia dos EUA e a calibrar as apostas para os próximos movimentos do Fed.

De acordo com Moran, a performance da bolsa paulista também refletiu a decisão da Moody's de reafirmou na quarta-feira a classificação de risco de crédito do Brasil em Ba2 e mudar a perspectiva do país de "estável" para "positiva".

A agência disse que a melhora da perspectiva é sustentada pela avaliação de que "um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil".

"Isso fez peso, com certeza", disse o chefe da EQI Research, acrescentando que, mesmo que exista algum questionamento sobre uma melhora fiscal, o PIB tem vindo melhor do que o esperado, e "um PIB melhor meio que tem o poder de meio que arrumar um pouco o fiscal".

A B3 também divulgou nesta quinta-feira a terceira e última prévia do Ibovespa que irá vigorar de 6 de maio a 30 de agosto, confirmando a entrada das ações da Vivara e registrando a saída dos papéis da Casas Bahia. Assim, a próxima composição contará com 86 papéis de 83 empresas.

DESTAQUES

- BRADESCO PN caiu 1,14%, a 13,84 reais, revertendo a alta da abertura, quando chegou a 14,32 reais (+2,29%). Analistas repercutiram o resultado do primeiro trimestre do banco, que ficou acima de projeções no mercado, com lucro líquido recorrente de 4,2 bilhões de reais. Investidores também analisaram declarações do CEO do banco, Marcelo Noronha, reiterando uma visão "otimista, mas pé no chão" e afirmando que a recuperação esperada para a sua carteira de crédito neste ano se refletirá na melhora da margem financeira, que analistas ressaltaram como um ponto de preocupação ainda na performance do Bradesco.

- ITAÚ UNIBANCO PN ganhou 1,45%, a 31,80 reais, enquanto BANCO DO BRASIL ON avançou 1,06%, a 27,71 reais. Ambos reportam seus desempenhos trimestrais na próxima semana. SANTANDER BRASIL UNIT, que já divulgou seus números, fechou negociado em alta de 2,49%, a 29,62 reais.

- WEG ON caiu 1,77%, a 38,85 reais, após a fabricante de motores e componentes elétricos reportar mais cedo que teve lucro líquido de 1,33 bilhão de reais no primeiro trimestre, alta de 1,6% ante o resultado positivo obtido um ano antes e dentro das previsões do mercado. O resultado operacional medido pelo Ebitda somou 1,77 bilhão de reais, crescimento anual de 4,8%.

- GPA ON avançou 8,53%, a 3,18 reais, após divulgar no final da terça-feira sua adesão ao programa de quitação de débitos de ICMS do governo do Estado de São Paulo, obtendo assim uma redução de aproximadamente 80% em contingências de 3,6 bilhões de reais. O desembolso de caixa esperado, após descontos aplicados no contexto do acordo, representa, aproximadamente, 794 milhões de reais, mas o efeito líquido no resultado é de uma despesa estimada em 261 milhões de reais.

- MAGAZINE LUIZA ON subiu 7,35%, a 1,46 reais, encontrando apoio no alívio da curva de DI para uma recuperação, após acumular em abril um declínio de 24,44%. O índice do setor de consumo, que tende a se beneficiar de um ambiente de juros menores, fechou elevação de 0,92%. No mesmo sentido, CVC BRASIL ON saltou 12,44%, após encerrar o mês passado com uma queda acumulada de 30,69%

- CSN ON avançou 0,72%, a 14,02 reais, tendo no radar anúncio nesta quinta-feira de que fechou acordo de exclusividade nas negociações para aquisição de 100% da rival Intercement, que além do Brasil possui ativos na Argentina e é controlada pelo grupo Mover, ex-Camargo Corrêa.

- VALE ON subiu 1,00%, a 63,92 reais, em sessão sem a referência dos preços do minério de ferro na China em razão de feriado naquele país no período de 1 a 3 de maio. Na véspera, a mineradora informou que apresentará seu próximo presidente até 3 de dezembro, após a aprovação do conselho, em setembro, de uma lista tríplice de candidatos a ser apresentada por uma empresa de consultoria. A companhia disse que o novo CEO assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2025.

- PETROBRAS PN avançou 0,38%, a 42,18 reais, tendo como pano de fundo a fechamento positivo dos preços do petróleo Brent, que subindo 0,21%. A companhia divulgou nesta quinta-feira que elevou o preço médio de venda do querosene de aviação (QAV) da empresa em 2,8%, a partir de 1º de maio, o que corresponde a um acréscimo aproximado de 0,11 real por litro.

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