Violência na fronteira entre Colômbia e Venezuela deixa 255 mortos em 2022
Cerca de 255 pessoas foram assassinadas em 2022 na fronteira entre a Colômbia e Venezuela, cenário de um sangrento conflito entre dissidentes da ex-guerrilha Farc e rebeldes do ELN, informou a polícia, nesta quarta-feira (10).
Somente em agosto, foram registrados 11 homicídios, a maioria "no âmbito desse confronto" entre as duas organizações que disputam o controle do tráfico de drogas, do garimpo ilegal e da extorsão na região, disse à W Radio o coronel Luis Fernando Atuesta, comandante da polícia no fronteiriço departamento colombiano de Arauca (nordeste).
O número já supera o saldo global de 2021, quando foram registrados 187 óbitos, segundo um relatório consolidado da entidade compartilhado com a AFP.
A fronteira continua sob tensão nos primeiros dias do governo do presidente de esquerda Gustavo Petro, que assumiu em 7 de agosto com a promessa de restabelecer as relações com a Venezuela, rompidas desde 2019.
Somam-se aos massacres os deslocamentos e confinamentos que são impostos à força em meio aos combates entre grupos que romperam com o acordo de paz assinado com as Farc em 2016 e as tropas do ELN, última guerrilha reconhecida no país.
Bogotá e Caracas anunciaram na terça-feira que avançam na direção da normalização das relações bilaterais, congeladas pelo ex-presidente conservador colombiano Iván Duque (2018-2022), que terminou seu governo como um dos principais opositores na região do mandatário venezuelano Nicolás Maduro.
Ambos os países têm como objetivo reabrir a fronteira de cerca de 2.200 km e restabelecer as relações diplomáticas, entre outras medidas.
No discurso de posse, Petro também se comprometeu a trabalhar por uma "paz verdadeira e definitiva" que contemple respeitar o acordado em Havana com as Farc, negociar com os rebeldes do ELN e oferecer benefícios penais a outros grupos caso renunciem à violência.
O Exército da Libertação Nacional (ELN) manteve diálogos com o governo do presidente Juan Manuel Santos (2010-2018), mas as conversas foram encerradas com Duque após um atentado contra uma escola da Polícia que deixou 22 mortos.
Os grupos armados na Colômbia, país com a maior produção de cocaína do mundo, possuem mais de 10.000 combatentes, segundo o centro de estudos independentes Indepaz.
lv/vel/dg/am
© Agence France-Presse
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