Líder de Myanmar é acusada de novo crime por militares golpistas
"Ela foi acusada de seis crimes no total, cinco acusações em Nay Pyi Daw e uma em Yangon", disse a advogada Min Min Soe à agência AFP nesta segunda-feira (12).
Essa é a segunda acusação de violação da lei de desastres naturais por conta da gestão da crise sanitária contra Suu Kyi, argumento também usado contra o presidente do país, Win Myint, que está na mesma prisão domiciliar que sua aliada.
Os outros quatro "crimes" referem-se à violação das leis de comércio exterior (pela importação de rádios de comunicação) e de comunicação, além de acusações por incitar os protestos pró-democracia e por corrupção (por supostamente ter recebido US$ 600 mil e 11 quilos de ouro).
As audiências são realizadas todas por videoconferência, bem como as conversas que ela tem com seus advogados.
Suu Kyi e Myint foram presos no dia do golpe por uma suposta "fraude eleitoral", mas nunca foram acusados por nada relacionado ao pleito de 8 de dezembro. Na disputa, o partido deles, o Liga Nacional para a Democracia (NLD), teve uma vitória avassaladora com mais de 70% dos votos.
Segundo analistas, por perceberem que tinham perdido o controle do país, mesmo tendo nas mãos o controle de três importantes ministérios - Defesa, Interior e Relações Externas - e de 25% do Parlamento, ambos por força de lei, os militares deram o golpe contra a democracia.
Desde então, diariamente, milhares de pessoas vão às ruas de inúmeras cidades de Myanmar para protestar pela libertação dos presos políticos e também para a retomada da normalidade democrática.
No entanto, os policiais usam força letal contra os civis para desfazer os atos e já mataram cerca de 700 pessoas - incluindo dezenas de crianças. O golpe também teve repercussões nas relações exteriores, com os países ocidentais impondo sanções pesadas contra a junta militar e contra empresas estatais.
(ANSA).
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