Fittipaldi se candidata ao Senado da Itália pela extrema direita
O ex-piloto e empresário ítalo-brasileiro de 75 anos disputará um assento na circunscrição da América do Sul - a Itália elege deputados e senadores para representar seus cidadãos no exterior desde 2006 - pela legenda Irmãos da Itália (FdI), herdeiro político do extinto partido pós-fascista Movimento Social Italiano (MSI).
"Estou muito feliz em concorrer ao Senado Italiano por meio das eleições parlamentares de setembro. Já tenho várias propostas desenhadas, e todas elas têm como objetivo promover ações ligadas aos brasileiros em terras italianas, tanto ligadas à cultura quanto ao esporte", diz Fittipaldi em comunicado oficial.
O bicampeão de F1 propõe a defesa da transmissão de cidadania italiana por direito de sangue, a criação de competições esportivas para italianos espalhados pelo mundo, o reconhecimento automático de diplomas da América do Sul na Itália e a fundação de uma universidade voltada aos "oriundi", como são chamados os descendentes de italianos.
Fittipaldi foi o primeiro brasileiro campeão na Fórmula 1, com títulos em 1972 e 1974, e também foi campeão da Indy, em 1989, e bicampeão das 500 milhas de Indianápolis, em 1989 e 1993.
Em sua corrida pelo Senado, terá entre os adversários o ex-ministro e ex-embaixador Andrea Matarazzo, que concorrerá pelo Partido Socialista Italiano (PSI). No entanto, nenhum dos dois deve ter vida fácil.
Até 2018, as eleições parlamentares italianas destinavam quatro vagas na Câmara e duas no Senado para a América do Sul, mas uma reforma aprovada em 2020 reduziu esses números pela metade.
Com isso, os italianos que vivem no subcontinente elegerão em 2022 apenas um senador e, historicamente, o candidato mais votado é sempre ligado à Argentina, onde o colégio eleitoral (cerca de 770 mil eleitores) é muito mais numeroso que no Brasil (cerca de 430 mil).
Por outro lado, como o voto é computado primeiro para a coalizão ou partido, e depois para o candidato, Fittipaldi pode ajudar o FdI a aumentar seu eleitorado total em uma região onde a abstenção gira em torno de 70%.
A legenda de Meloni lidera todas as pesquisas de intenção de voto para 25 de setembro, em empate técnico com o Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.
No entanto, o FdI tem a vantagem de integrar uma coalizão com a Liga, de Matteo Salvini, e o Força Itália, de Silvio Berlusconi, que aparece com quase 50% da preferência.
O novo partido de Fittipaldi foi fundado em 2012 por um grupo de antigos militantes do extinto MSI, sigla que havia sido criada no pós-guerra por egressos do regime fascista de Benito Mussolini.
Entre as propostas do FdI estão o bloqueio naval contra migrantes no Mediterrâneo e a substituição do regime parlamentarista pelo presidencialismo. (ANSA).
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