Líder do partido de Merkel assume culpa por fracasso eleitoral
"A responsabilidade por esse resultado recai sobre mim, como líder [do partido] e candidato à Chancelaria Federal", declarou Laschet, durante um congresso da ala jovem da CDU em Münster.
Ele disse que o bloco conservador formado pela CDU e seu partido irmão bávaro, a União Social Cristã (CSU), deve agora se preparar para assumir o papel de oposição no Bundestag (Parlamento), do qual está afastado desde 2005, quando Merkel se tornou chanceler.
No lugar de Laschet no governo da Renânia do Norte-Vestfália, estado mais populoso da Alemanha, deve assumir o atual secretário estadual dos Transportes, Hendrik Wüst, que aos 46 anos se tornará o governador mais jovem da história do estado.
O que ocorreu nas eleições alemãs?
A CDU de Merkel recebeu apenas 24,1% dos votos no pleito geral realizado em setembro, ficando atrás do Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, que por anos atuou como seu parceiro de governo na chamada "grande coalizão".
Na sexta-feira, o SPD anunciou que dará início às negociações formais para a formação de um governo com o Partido Verde e o Partido Liberal Democrático (FDP), que terminaram a eleição em terceiro e quarto lugares, respectivamente.
Se as negociações para formar a coalizão tiverem sucesso, o candidato do SPD a chanceler federal e atual vice-chanceler, Olaf Scholz, deverá suceder Angela Merkel na chefia de governo.
O que acontece agora com a CDU?
Armin Laschet já afirmou que pretende renunciar também à liderança da CDU, além de seu cargo de governador, mas disse que se manterá no posto até que o partido aponte um substituto.
Normalmente, o líder da CDU é escolhido por delegados que representam os 400.000 filiados da legenda, mas tem havido apelos para que o voto envolva todos os membros, em meio a denúncias de que o partido conservador perdeu contato com sua base.
Várias das figuras do partido que concorrem ao cargo falaram durante o congresso da ala jovem da União Democrata Cristã, que ocorre neste fim de semana.
Neste sábado, o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, afirmou que deseja "dar forma a esta nova CDU", mencionando uma "crise de coesão" no partido.
Já na sexta-feira, o ultraconservador especialista em finanças Friedrich Merz, que competiu com Laschet para ser o candidato do partido a chanceler e perdeu, advertiu que a CDU estava "à beira do colapso".
Em um discurso especialmente bem recebido, Carsten Linnemann, vice-presidente da bancada parlamentar da CDU/CSU, convocou os conservadores a "abordarem temas realmente quentes", como o futuro sistema de pensões. Ele disse que o status da CDU como um partido dominante estava em jogo.
O especialista em relações exteriores Norbert Röttgen e o líder da bancada da CDU/CSU no Parlamento, Ralph Brinkhaus, também considerados possíveis sucessores de Laschet na liderança do partido, também compareceram ao congresso.
ek (AFP, DPA, DW)
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