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Arábia Saudita intensifica repressão após presidência do G20, diz Anistia

02/08/2021 21h43

Beirute, 3 Ago 2021 (AFP) - A Arábia Saudita intensificou a repressão a dissidentes e ativistas dos direitos humanos após uma trégua concedida durante a presidência do G20 no ano passado, denunciou a Anistia Internacional (AI) nesta terça (noite de segunda, 2, no Brasil).

As autoridades sauditas "intensificaram abertamente a perseguição de defensores dos direitos humanos e dissidentes, e aumentaram as execuções nos últimos seis meses após uma pausa (...) durante a presidência saudita do G20", disse a AI em um comunicado.

Ao menos 13 pessoas foram processadas, condenadas ou tiveram suas sentenças ratificadas "após julgamentos extremamente injustos na Corte Criminal Especializada", detalhou a Anistia.

A organização de defesa dos direitos humanos informou que foram registradas 85% menos execuções no ano passado, mas que "pelo menos 40 pessoas" foram executadas entre janeiro e julho deste ano, "mais do que em todo 2020".

"Apenas se apagou o foco do G20 sobre a Arábia Saudita, as autoridades retomaram sua perseguição implacável de pessoas que se atrevem a expressar suas opiniões livremente ou criticar o governo", disse Lynn Maalouf, da AI.

Em um caso, um trabalhador humanitário foi condenado a 20 anos de prisão "por um simples tuíte no qual criticou as políticas econômicas", destacou Maalouf.

A libertação de vários ativistas, inclusive a feminista renomada Loujain al Hathloul, foi ofuscada pela imposição de condições restritivas, como proibições de viagens por cinco anos, segundo a AI.

Desde que se tornou príncipe-herdeiro em 2017, o governista saudita de fato, Mohammed bin Salman, impôs uma liberalização motivada pela necessidade de diversificar a economia do país, muito dependente do petróleo.

Mas ao mesmo tempo lançou uma forte repressão contra a dissidência e a liberdade de expressão.

Organizações e ativistas dos direitos humanos costumam acusar o país de violar os direitos humanos e atacar dissidentes, inclusive jornalistas e feministas.

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