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Dois anos após incêndio devastador, Macron visita obras da Notre Dame, que reabrirá em 2024

15.abr.2021 - Macron visita as obras da Catedral de Notre Dame, devastada por um incêndio há dois anos - Ian Langsdon/Pool via Reuters
15.abr.2021 - Macron visita as obras da Catedral de Notre Dame, devastada por um incêndio há dois anos Imagem: Ian Langsdon/Pool via Reuters

15/04/2021 07h48

O presidente francês, Emmanuel Macron, visitou hoje os trabalhos de consolidação da catedral de Notre Dame de Paris, destruída há dois anos por um misterioso incêndio. "Parabéns pelo trabalho, é um orgulho coletivo", declarou o presidente aos operários.

A data de reabertura já foi fixada, com uma grande missa na nave principal, no dia 16 de abril de 2024, mesmo que os trabalhos de reconstrução não estejam concluídos.

Macron estava acompanhado da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e do general Jean-Louis Georgelin, nomeado pelo presidente como seu "representante especial" para acompanhar a reconstrução do monumento.

O presidente francês subiu de elevador para uma plataforma com vista para a estrutura do telhado da catedral. A 47 m de altura, ele observou os operários em ação, pendurados por cordas no interior da abóbada central, inspecionando a estabilidade das pedras, uma etapa essencial antes da instalação do andaime de fixação.

"É um trabalho impressionante para reforçar e salvar a estrutura", declarou Macron.

Macron agradeceu "a todos aqueles que trabalham na sua reconstrução (carpinteiros, técnicos de acesso por corda, operadores de guindastes, construtores de órgãos, mestres vidreiros, restauradores de pintura e escultura, pedreiros, arqueólogos e investigadores)", mas também "aos que tornaram possível salvar a catedral das chamas, como os 340 mil doadores de todo o mundo".

Financiamento garantido

Na véspera, a ministra da Cultura francesa, Roselyne Bachelot, garantiu no Senado, que os fundos necessários foram alcançados para que a catedral seja reaberta em 2024.

Com doações e promessas no valor de 833 milhões de euros, "esse montante vai nos permitir considerar o projeto com serenidade", declarou a ministra.

Pouco depois da tragédia, Emmanuel Macron anunciou que queria reconstruir o monumento em cinco anos. Um ano depois, em uma mensagem de vídeo, ele renovou essa promessa, apesar da interrupção das obras durante o primeiro lockdown.

Incêndio destruidor

Em 15 de abril de 2019, quando passava por uma restauração, a famosa catedral gótica, de mais de 850 anos e símbolo da França, perdeu sua magnífica agulha, seu telhado, seu relógio e parte de sua abóbada nas chamas.

Os transeuntes e milhões de pessoas em todo o mundo que acompanharam a destruição de Notre Dame ao vivo pela televisão ficaram chocados com o impressionante "espetáculo" das chamas que consumiram parte da história de Paris, enquanto os bombeiros lutavam para salvar o que podiam.

A catedral era uma atração para os milhões de turistas que visitavam Paris todos os anos antes da crise da Covid-19. Um interesse mundial também ligado à fama de Victor Hugo e seu romance Notre Dame de Paris.

"Houve um efeito semelhante ao de 11 de setembro. Ver o incêndio ao vivo, transmitido em canais de todo o mundo. Do Brasil à Ásia, a queda da agulha foi para as novas gerações o que o desabamento das torres de Nova York representou para seus pais", segundo Stanislas de Laboulaye, embaixador encarregado de coordenar as doações internacionais para a reconstrução.

Obras devem durar vários anos

A fase de consolidação da catedral será concluída neste verão (hemisfério norte), condição necessária para iniciar a sua reconstrução. Mas as obras vão durar vários anos.

Foi lançada uma licitação para a sua reconstrução e os arquitetos trabalham na elaboração de um calendário preciso das obras, que terá início no inverno de 2022.

Milhares de carvalhos já foram cortados na França, e estão secando, para reconstruir a agulha, sua cobertura e o transepto. E dentro da catedral existe um amontoado de andaimes, redes e lonas onde trabalham carpinteiros e técnicos.

Causa do incêndio desconhecida

Desde que o enorme andaime chamuscado ao redor da agulha foi desmontado em dezembro, no dia do incêndio, o risco de desabamento da catedral foi descartado.

O mau tempo, as paralisações dos trabalhos devido à pandemia e, sobretudo, as inúmeras medidas e adequações necessárias para combater emanações de chumbo, também causaram atrasos e aumento dos custos.

A busca pela origem do incêndio vai levar tempo, pois os investigadores tiveram que esperar que os andaimes que cercavam a catedral antes do incêndio fossem desmontados.

Há pouca informação disponível sobre o andamento das investigações. No entanto, uma fonte próxima à investigação, que pediu anonimato, disse à AFP que as investigações "in loco" já estão "concluídas".

O passo seguinte será uma longa fase de análise do que foi recuperado dos escombros, que deve continuar por "vários meses". "No estado atual das coisas, não se pode dizer que um dia saberemos com certeza o que causou o incêndio", especialmente levando-se em consideração a magnitude dos danos, afirma a fonte.

Acidente ou falha de segurança?

Em junho de 2019, no final da investigação preliminar, o promotor de Paris indicou que era provável que se tratasse de um acidente. "Por enquanto, mantemos a mesma tese, a de bituca mal apagada ou de curto-circuito", acrescenta a fonte.

Paralelamente, foram identificadas várias falhas na segurança da catedral, entre elas no sistema de alarme do edifício, que atrasou a chamada dos bombeiros no dia do incêndio e contribuiu para o alastramento das chamas pelo edifício.

(com informações da AFP)

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