Com surto controlado na ilha, cubanos se preocupam com familiares que moram nos EUA
Diante dos primeiros casos de Covid-19 em março, Cuba fechou suas fronteiras, interditou atividades recreativas e impôs restrições para limitar a transmissão do coronavírus. O surto na ilha foi controlado, mas agora os cubanos estão inquietos com seus familiares na Flórida: 1,2 milhão de cubanos moram no estado que registra recordes de contaminação.
Domitile Piron, correspondente da RFI em Havana
Idosa, Juana Perez Gonzalez passou três meses em quarentena e não foi contaminada. A prima dela que mora em Miami, no entanto, decidiu não manter o isolamento. Após ir com a família para uma piscina pública, ela, seu marido e os filhos estão com Covid-19.
"Eu estou assustada, e ela diz para eu não me preocupar porque é apenas uma gripe forte. É idiota, é irresponsável. E essa irresponsabilidade é incarnada pelo presidente deles, que deveria dar o exemplo", critica Juana.
A preocupação é sobretudo com o acesso a tratamento. Nos Estados Unidos, boa parte do sistema de saúde é privado.
Para Lúcia, que tem seus dois filhos morando no exterior, os custos do tratamento são o maior medo.
"Nós aqui somos privilegiados porque o sistema de saúde de nosso país é gratuito. Eu tenho a impressão que estamos em mais segurança aqui porque estamos mais preparados e somos mais disciplinados", afirma.
Em Cuba, o uso da máscara é obrigatório, assim como as pessoas mais vulneráveis devem se manter em isolamento. Todas as atividades recreativas continuam fechadas e apenas as lojas de alimentos foram mantidas abertas ao longo de toda a pandemia.
No caso da prima de Juana, sua família decidiu combater os sintomas com a automedicação para evitar os custos eventuais de uma ida ao médico.
Surto no sul dos EUA
A Flórida é conhecida por sua grande comunidade latina, da qual fazem parte mais de um milhão de cubanos. A região é um dos epicentros da epidemia nos EUA.
Desde terça-feira (7), o governo norte-americano anunciou que vai oferecer testes gratuitos de Covid-19 a pessoas sem sintomas para deter o aumento dos casos nas regiões de Jacksonville, na Flórida; Baton Rouge, Louisiana; e Edinburg, Texas, durante um período de cinco a 12 dias.
Os Estados Unidos somam mais de 130 mil mortos pela pandemia e quase 3 milhões de contaminados, o número mais alto do mundo. Cuba, ilha com 11 milhões de habitantes, registrou 86 mortes e 2.399 casos confirmados.
(Com informações da AFP)
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