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Setor de cacau mostra leve melhora em perda de árvores

Eric Roston

02/06/2020 13h36

(Bloomberg) -- O ano passado foi o terceiro pior deste século em perda de árvores tropicais, segundo dados divulgados na terça-feira pela Global Forest Watch, uma plataforma on-line que fornece dados e ferramentas para monitorar florestas. No entanto, há uma série de notícias animadoras: os maiores produtores de cacau do mundo, Costa do Marfim e Gana, mostraram sinais de progresso, reduzindo pela metade os estragos do ano anterior.

O cultivo de cacau é uma das principais causas do desmatamento na África Ocidental. A Costa do Marfim, o maior produtor do mundo, perdeu 80% das florestas em meio século. Globalmente, o desmatamento é responsável por 15% das emissões globais de dióxido de carbono. Mas, recentemente, houve uma série de esforços para frear os danos ambientais.

Em julho, Gana aderiu a uma iniciativa do Banco Mundial que promete às nações até US$ 50 milhões ao longo de cinco anos para a redução das emissões de dióxido de carbono causadas pelo desmatamento. O país, juntamente com a Costa do Marfim e a Colômbia, também pertence à Iniciativa Cacau Floresta, uma parceria com pelo menos 35 empresas que, juntas, usam 85% do cacau mundial. O programa, criado em 2017, criou um fórum e diretrizes para países, empresas e agricultores com o objetivo de reorganizar as cadeias de suprimentos para que o desenvolvimento e a conservação não sejam divergentes.

Como parte do pacto, cada país assinou planos de criar empregos e práticas agrícolas sustentáveis em comunidades pobres até 2022. Empresas como Nestlé, Unilever e The Hershey Company se comprometeram a erradicar o desmatamento em suas cadeias de suprimentos e ajudar a recuperar florestas sempre que possível.

As áreas de florestas tropicais perderam 11,9 milhões de hectares de cobertura arbórea no total em 2019, segundo a Global Forest Watch, que divulga estimativas todos os anos com base em dados da Universidade de Maryland. A perda da cobertura arbórea é diferente do desmatamento, porque inclui áreas plantadas e causas naturais e humanas de destruição de florestas.

O aumento de 2,8% do ano passado em relação a 2018 foi impulsionado em grande parte pelo Brasil que, sozinho, representava 30% do total devido ao desmatamento para abrir espaço para a agricultura. A Indonésia manteve a queda dos últimos anos, causada por uma melhor aplicação de políticas ambientais. A Colômbia também registrou baixa significativa que, segundo analistas da Global Forest Watch, pode ser atribuída à recuperação depois de anos de guerra civil.

©2020 Bloomberg L.P.

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