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Bachelet, "horrorizada" com a violência na Síria, pede "corredores humanitários"

18/02/2020 08h38

Genebra, 18 Fev 2020 (AFP) - A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, se declarou "horrorizada" com a violência na região noroeste da síria e pediu a criação de corredores humanitários, anunciou a instituição nesta terça-feira (18).

Bachelet pediu ao governo sírio e a seus aliados, que executam desde dezembro uma ofensiva para recuperar o controle do último grande reduto dos jihadistas e rebeldes, que "autorizem corredores humanitários para facilitar a passagem de civis em total segurança".

"Nenhum refúgio é seguro. E como a ofensiva do governo continua e as pessoas são forçadas a permanecer em zonas cada vez menores, temo que outras pessoas sejam assassinadas", destacou.

De acordo com o comunicado, a alta comissária está "horrorizada" com o desenvolvimento da crise humanitária na região noroeste da Síria, que inclui a província de Idlib e parte de Aleppo.

"Como é possível alguém justificar tais ataques indiscriminados e desumanos?", questionou Bachelet.

Procurado pela AFP, o porta-voz de Bachelet, Rupert Colville, explicou que os corredores humanitários devem permitir sobretudo aos "civis que desejam" que possam abandonar as zonas de conflito.

A ONU denunciou na segunda-feira a ofensiva no noroeste da Síria, que provocou a fuga de 900.000 pessoas, em sua maioria mulheres e crianças, desde seu início em dezembro.

Bachelet se declarou "alarmada com o fracasso da diplomacia" na crise síria e considerou que "deveria colocar à frente a proteção dos civis a qualquer vitória política ou militar".

"Condeno nos termos mais enérgicos a persistente impunidade nas violações do direito internacional humanitário cometidas pelas diferentes partes em conflito", destacou.

Iniciada em março de 2011 com a repressão de manifestações pacíficas, a guerra da Síria deixou mais de 380.000 mortos.

apo/cr/phv/af/mis/fp

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