Alemanha confirma primeiro caso de novo coronavírus
Na China, onde os primeiros casos do vírus foram registrados, o número de mortos subiu para 106, e o de infectados, para mais de 4.500, informaram nesta terça-feira as autoridades chinesas.
De acordo com a força-tarefa de infectologia da Secretaria Estadual de Saúde e Segurança Alimentar (LGL, na sigla em alemão) da Baviera, o primeiro paciente infectado pelo vírus registrado no país está isolado, sob supervisão médica e em boas condições clínicas. O risco de infecção para a população da Baviera é considerado baixo, afirma o órgão.
"As pessoas que estiveram em contato próximo com o paciente foram informadas detalhadamente sobre possíveis sintomas, medidas de higiene e formas de transmissão", acrescentou a LGL em comunicado.
Segundo afirmou a LGL nesta terça-feira, acredita-se que o paciente tenha sido infectado por uma chinesa que esteve na Alemanha e que ainda não havia apresentado sintomas do vírus no momento do contágio.
Nesta terça-feira, o médico-chefe da clínica onde o paciente está internado em Munique disse que ele está sem febre e já não tem mais sintomas graves no sistema respiratório.
Quase todas as infecções registradas até o momento na Europa, na Ásia e em outros países foram importadas, ou seja, de pessoas que estiveram na China recentemente.
De acordo com Susanne Glasmacher, porta-voz do Instituto Robert Koch – responsável pelo controle e prevenção de doenças na Alemanha –, é muito mais concreto no país atualmente o risco de infecção pelo vírus influenza do que pelo novo coronavírus.
"Já temos na atual onda de gripe na Alemanha de 13 mil a 14 mil casos de influenza confirmados em laboratório e mais de 30 mortes", disse Glasmacher em entrevista à emissora Rundfunk Berlin-Brandenburg (rbb).
Os vírus da gripe causam muitas mortes na Alemanha anualmente. Particularmente grave foi o período de gripes de 2017/2018, quando cerca de 25 mil pessoas morreram no país devido à doença.
Wuhan registra 22 mortes em um dia
A maioria dos novos casos do coronavírus e das mortes registrados na China foi na província de Hubei, cuja capital é Wuhan, epicentro do surto do vírus. Só na cidade, foram detectados na segunda-feira 892 novos casos e 22 mortes. Até o momento, o Tibete é a única província chinesa sem infectados. Fora da China, já são 44 casos.
Os números divulgados pelos órgãos da China e pela imprensa estatal consideram como nacionais os cinco casos confirmados até o momento em Taiwan, considerada pelo governo local como uma província rebelde.
A China enviou quase 6 mil médicos de todo o país para Hubei para reforçar a luta contra o surto. Um total de 4.130 médicos já chegaram e começaram a trabalhar, disse Jiao Yahui, da Comissão Nacional de Saúde, durante uma coletiva de imprensa realizada em Pequim. Outros mais de 1,8 mil médicos chegarão até o final do dia.esta terça-feira.
Alguns países, como Estados Unidos, França, Alemanha e Portugal prepararam a retirada de seus cidadãos de Wuhan. O Japão anunciou que vai enviar ainda nesta terça-feira um avião para retirar cerca de 200 pessoas da cidade chinesa. As Filipinas suspenderam a emissão de vistos para China para evitar que o surto chegue ao país.
As região de Wuhan segue isolada. O período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar nesta quinta-feira, foi estendido para tentar limitar a movimentação da população.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiu nesta segunda-feira um erro na avaliação derisco global do novo coronavírus e disse que o nível correto é elevado. Anteriormente, ele havia sido apontado como moderado.
LE/dw/dpa/lusa/efe
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