Florença aprova moção em prol de indígenas da Amazônia
Durante seu discurso, Kaxinawa denunciou a falta de responsabilidade por parte do governo brasileiro, porque "nossa terra é rica em água, minerais preciosos, mas nos encontramos com um governo que olha para os outros interesses econômicos, não a proteção dessa grande riqueza". "Há um desastre ambiental em andamento. Vinte e cinco por cento da floresta se transformou em fumaça. A mensagem é unir forças para encontrar uma maneira de lutar juntos", acrescentou. Para Kaxinawa, é muito importante compartilhar essas experiências, porque "para os povos indígenas a situação é muito difícil, é difícil cultivar nossas tradições ancestrais, como temos feito há anos e anos.
"O apelo é defender e garantir os direitos humanos e civis, o respeito a todos e ao meio ambiente. A luta deve ser sem armas, pacífica", ressaltou. Ele ainda aproveitou a oportunidade para lançar um apelo "por maior unidade, igualdade e sustentabilidade de todos os seres humanos". Logo depois de sua intervenção, o presidente do Conselho Municipal de Florença, Luca Milani, doou um lírio vermelho, símbolo da região, "para que ele se lembre da cidade" e o homenageou com a reprodução do mapa da Amazônia.
A moção em prol das tribos indígenas foi proposta pelo presidente da Comissão de Meio Ambiente, Leonardo Calistri, do Partido Democrático (PD), e assinada por seus membros, como Renzo Pampaloni, Benedetta Albanese e Letizia Perini. A legenda Irmãos da Itália (FDi), por sua vez, propôs conceder a presidência honorária do conselho ambiental a Sia Huni Kuin Kaxinawa. Entre os signatários estão representantes do Movimento 5 Estrelas (M5S) e de centro-esquerda, como Ubaldo Bocci. No entanto, esta decisão foi adiada, uma vez que a consulta ambiental ainda não foi estabelecida. De acordo com Calistri, a iniciativa foi criada porque a Amazônia "é a floresta tropical mais importante do mundo, tem um papel fundamental para o equilíbrio do planeta e agora está literalmente sob ataque, também devido às políticas soberanas do presidente Jair Bolsonaro que não protege essa riqueza real como deveria".
"Em relação às mudanças climáticas e o aquecimento global, não pode haver final feliz a menos que a Amazônia esteja protegida.
Devemos reafirmar fortemente os direitos dessas populações, por sua terra, sua cultura e espiritualidade, não apenas em palavras, mas com uma conversão cultural, a fim de não trair nossos jovens, seu futuro, nosso planeta que é a nossa casa comum", explicou o italiano. Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Florença já tem feito sua parte há muito tempo, inclusive o governo aderiu ao Pacto Europeu de Prefeitos sobre energia e clima. "A execução de políticas ambientais ainda mais fortemente é necessária com mais urgência. Devemos pensar de forma global e agir no local", concluiu. (ANSA)
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