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EUA sancionam 3 grupos de hackers ligados ao governo da Coreia do Norte

13/09/2019 16h34

Washington, 13 set (EFE).- Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira sanções contra três grupos de hackers da Coreia do Norte, que seriam patrocinados diretamente pelo governo de Kim Jong-un.

O Departamento do Tesouro dos EUA disse em comunicado que três grupos sancionados - Lazarus Group, Bluenoroff e Andariel - seriam responsáveis por "toda a ciberatividade maligna da Coreia do Norte" contra governos, empresas e infraestruturas de todo o mundo.

Segundo o governo americano, os grupos são controlados pela RGB, a principal agência de Inteligência da Coreia do Norte.

"Estamos tomando ações contra grupos de hackers norte-coreanos que estiveram realizando cibertaques para apoiar os programas ilegais de armas e mísseis", disse a subsecretária para Terrorismo e Inteligência Financeira do Departamento do Tesouro, Sigal Mandelker.

No comunicado, o Departamento do Tesouro diz que o Lazarus Group, criado em 2007, atacou instituições como governos, exércitos e veículos de imprensa. Os hackers usaram táticas como ciberespionagem, roubo de dados e dinheiro, além de promover ações destrutivas com vírus e malwares.

O Lazarus Group também teria se envolvido, segundo as autoridades dos EUA, no ataque com o ransomware WannaCry em dezembro de 2017. Na ocasião, hackers "sequestraram" computadores de todo o mundo, exigindo em pagamentos para liberar as máquinas.

O ataque afetou 150 países e 300 mil computadores. Um dos mais prejudicados pelo WannaCry foi o sistema de saúde pública do Reino Unido, já que quase um terço dos hospitais de atendimento secundário tiveram que interromper suas atividades na época.

O Bluenoroff e o Andariel seriam, de acordo com o Departamento do Tesouro, subgrupos do Lazarus. O primeiro deles foi criado para obter receitas ilícitas em resposta ao aumento das sanções econômicas contra o país. Já o segundo foca em atacar empresas, agências governamentais, infraestruturas de instituições financeiras e da indústria de defesa.

Empresas de cibersegurança descobriram a existência do Bluenoroff em 2014. Quatro anos depois, o grupo tentou roubar US$ 1,1 bilhão de instituições financeiras e teve sucesso em ações contra bancos de México, Chile, Índia, Filipinas, Coreia do Sul, Taiwan, Turquia, Vietnã, Paquistão e Bangladesh.

Uma das ações mais notáveis do Bluenoroff foi o roubo de US$ 80 milhões de uma conta que pertencia ao Banco Central de Bangladesh no Federal Reserve de Nova York.

Já os integrantes do Andariel roubaram dados de cartões de crédito de milhares de pessoas, usando-os para fazer saques em caixas eletrônicos ou negociando-os no mercado negro.

Em 2016, o grupo conseguiu invadir o computador pessoal do ministro de Defesa da Coreia do Sul e a intranet do ministério para roubar informações de inteligência de operações militares do país vizinho. EFE

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