Johnson pede que Bruxelas elimine "backstop" por ser "antidemocrático"
Londres, 20 ago (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, pediu à União Europeia (UE) que elimine a salvaguarda irlandesa (ou "backstop") após o "brexit" por considerar esse mecanismo "inviável" e "antidemocrático".
Na carta dirigida ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, o líder tory argumentou que o controverso mecanismo, projetado para evitar uma fronteira física entre as duas Irlandas, poderia minar o processo de paz na Irlanda do Norte.
Segundo Johnson, se essa cláusula for eliminada, seria possível que o Parlamento aprovasse um acordo para o "brexit", que será executado em 31 de outubro de maneira abrupta a não ser que haja progressos neste sentido.
Até o momento, Bruxelas manteve que esse "backstop" tem que fazer parte do acordo de saída e não pode ser trocado pelo seu papel para manter os acordos de paz assinados no Ulster em 1998, que exigem que não haja uma fronteira entre a República da Irlanda e a região britânica da Irlanda do Norte.
Johnson insiste na citada carta que essa ferramenta poderia ser substituída por alguma outra forma de compromisso, como algum acerto alfandegário alternativo durante o período de transição de dois anos após o "brexit" para tentar evitar uma fronteira física.
"Há muito pouco tempo. Mas o Reino Unido está pronto para avançar de maneira rápida e, dado o grau de terreno comum que já foi possível, confio que a União Europeia estará disposta a fazer o mesmo", indicou Johnson.
O chefe do Executivo disse que a salvaguarda, pela qual a Irlanda do Norte continuaria submissa a algumas normas comunitárias do mercado único, é "inconsistente com a soberania do Reino Unido" e considera que não poderia fazer parte de nenhum acordo de saída.
Além disso, opinou que poderia "debilitar o delicado equilíbrio" do acordo de Belfast.
"Também estou igualmente confiante que o Parlamento seja capaz de atuar com rapidez se vamos poder chegar a um acordo satisfatório que não contenha o 'backstop", acrescentou.
Está previsto que Johnson viaje nesta semana a Paris a se reunir com o presidente francês, Emmanuel Macron, e a Berlim, para se encontrar com a chanceler alemã, Angela Merkel, antes da cúpula do G7 no próximo fim de semana. EFE
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