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Arma achada na casa de Flordelis foi usada para matar pastor, diz perícia

do UOL

Marina Lang

Colaboração para o UOL, no Rio

16/07/2019 20h03

Uma perícia realizada pelo Instituto Carlos Éboli, da Polícia Civil do Rio, confirmou que a arma calibre 9mm, encontrada em cima de um armário na casa da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) no mês passado, foi a mesma usada no assassinato do marido dela, o pastor evangélico Anderson do Carmo, 42, em 16 de junho.

A informação foi confirmada ao UOL pela própria polícia hoje. A pistola já havia sido submetida a uma perícia preliminar na Divisão de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, que investiga o caso.

O instituto confirmou a perícia preliminar por meio de um teste, que consiste em confrontar as ranhuras dos estojos das balas (uma espécie de impressão digital da arma) com as ranhuras das balas que atingiram o pastor, cujo corpo tinha 30 perfurações.

O assassinato do pastor completou um mês hoje, mas a polícia não informou se solicitou formalmente a prorrogação do inquérito, cujo prazo inicial é de 30 dias - extensíveis por período similar caso haja necessidade de mais investigações.

Anderson Carmo era casado com a deputada federal. Eles tinham 55 filhos - quatro são biológicos. Dois deles estão presos e são considerados suspeitos formais em relação ao crime. Flávio dos Santos Rodrigues, 38, filho biológico de Flordelis e enteado do pastor, confessou ter dado seis tiros, segundo a polícia. Sua defesa, no entanto, alega que a confissão não foi feita e que ele é inocente.

Lucas dos Santos, 18, filho adotivo do casal, também está preso. Ele é apontado pela polícia como suspeito de ter comprado a arma calibre 9mm usada no assassinato. A pistola foi achado em cima de um armário no quarto usado por Flávio na casa de Flordelis e Anderson.

Os vídeos divulgados pela polícia colocam ambos os filhos presos na cena do crime.

Procurada pela reportagem, a assessoria de Flordelis declarou que não vai se manifestar sobre o resultado da perícia da arma.

Já Anderson Rollemberg, que defende Flávio, declarou que irá se manifestar apenas amanhã - data em que, segundo ele, terá acesso ao documento que atesta o uso da pistola no assassinato.

Pulseira de pastor reapareceu

Deputada federal Flordelis usa pulseira do marido, o pastor evangélico Anderson do Carmo, que foi assassinado em 16 de junho - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Flordelis usa pulseira do marido após dizer que o objeto havia sumido
Imagem: Reprodução/Facebook

A deputada federal apareceu publicamente usando uma pulseira de ouro do marido em um culto na igreja que fundaram, chamada de Ministério Flordelis, em São Gonçalo, durante o final de semana. Em entrevista coletiva concedida no dia 25 de junho, a deputada disse que a joia havia sumido, assim como um celular do marido, que segue desaparecido.

"Eu queria muito que me devolvessem o celular. As outras coisas que se perderam dentro de casa não faço questão porque muitas outras coisas foram subtraídas, foram sumidas, né. Meu filho tinha tirado do braço dele a pulseira de ouro. Era a única que ele tinha, que usava muito. Tinha colocado na cabeceira do nosso quarto. Essa pulseira também desapareceu. Alguns objetos sumiram do nosso quarto, da nossa casa", declarou ela na ocasião.

Sobre a pulseira, a assessoria de Flordelis disse que o item foi encontrado após uma arrumação da residência do casal.

"Na rearrumação interna da casa, depois da enorme desordem em que ela ficou, a pulseira foi encontrada e, desde então, como memória e homenagem ao marido, a deputada passou a usá-la com a aliança que foi do marido. Não a tirou mais do braço", disse o comunicado.

Homenagem

A deputada federal publicou uma homenagem ao pastor, cujo assassinato completa um mês hoje.

"Minhas fotos ao lado dele foram sempre felizes e sorrindo... infelizmente, hoje dói! Dói a dor da perda, a dor da saudade, a dor da falta que ele me faz. UM MÊS SEM MEU NIEL! Te amarei eternamente!", declarou Flordelis, mencionando o apelido que Carmo mantinha entre os parentes.

Ela retomou as atividades parlamentares na semana passada, quando retornou à Brasília para a votação da Reforma da Previdência.

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