Cohen revela suposto cheque assinado por Trump para calar atriz pornô
Washington, 27 fev (EFE).- Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou nesta quarta-feira diante do Congresso um cheque que teria recebido do líder americano como forma de reembolso pelo pagamento de US$ 130 mil feito à atriz pornô Stormy Daniels para manter em segredo uma relação que tiveram.
"Estou proporcionando uma cópia de um cheque de US$ 35 mil que Trump assinou pessoalmente desde seu banco pessoal, quando já era presidente dos Estados Unidos, para encobrir o caso", afirmou Cohen diante do Comitê de Supervisão e Reforma da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.
Esse cheque, que tem data de 1 de agosto de 2017, faz parte de uma série de 11 pagamentos que Trump realizou a Cohen durante um ano para reembolsar a quantidade paga pelo letrado ao advogado de Stormy, de acordo com o testemunho de Cohen.
O advogado explicou que outros cheques para complementar o reembolso foram assinados pelo filho de Trump, Donald Trump Jr., e pelo diretor financeiro da Organização Trump, Allen Weisselberg.
"O presidente dos Estados Unidos, portanto, assinou um cheque pessoal para o pagamento secreto como parte de um plano criminoso para violar campanha de leis financeiras", ressaltou Cohen.
"Me pediu que pagasse a uma atriz de cinema para adultos com a qual tinha tido um caso e mentir para sua esposa sobre isso, e eu fiz. Mentir à primeira-dama é um dos meus maiores lamentos. Ela é amável, boa pessoa. A respeito muito e ela não merecia isso", acrescentou.
Cohen pagou a Stormy US$ 130 mil antes das eleições presidenciais de novembro de 2016 para que não falasse em público da relação sexual, há uma década, que tinha mantido com o agora presidente.
A divulgação desse pagamento foi um grande escândalo, já que a suposta relação ocorreu pouco depois de Trump e a atual primeira-dama, Melania Trump, se casarem.
O presidente reconheceu em maio que tinha reembolsado a Cohen US$ 130 mil pagos a Stormy em outubro de 2016, na reta final das eleições, para enterrar qualquer história sobre este tema, já que a imagem do candidato republicano estava muito danificada por comentários sexistas e acusações de assédio.
Este pagamento pode ter violado as leis sobre financiamento eleitoral, caso seja considerado que tinha como objetivo preservar uma boa imagem de Trump como candidato. EFE