Quem esperava por uma bomba se frustrou ao ver Guilherme Boulos (PSOL) anunciar que dormirá na casa de eleitores na reta final de sua campanha de segundo turno para a Prefeitura de São Paulo, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta segunda (21).
Para tentar atrair votos e diminuir a rejeição junto ao eleitorado paulistano, Boulos reeditou uma carta lançada pelo presidente Lula (PT) na campanha de 2002. O psolista também anunciou que fará caravanas ao longo desta semana.
Isso chegou tarde. Estamos a poucos dias da eleição e Boulos está zonzo. Na semana passada, ele brigou com as pesquisas e inclusive entrou na Justiça para tentar suspender a divulgação de uma pesquisa do Datafolha. Anunciou um grande fato novo durante o debate da noite de sábado [na RecordTV]. Se ele dispunha disso, por que não anunciou durante o debate?
Já se prenunciava que o fato novo, ou a bomba que ele anunciava, seria um traque, como estamos verificando agora. Josias de Souza, colunista do UOL
Para Josias, Boulos precisaria de um trabalho a longo prazo para suavizar a imagem de radical e recuperar os votos perdidos na periferia da capital.
O Boulos de 2024 está querendo virar o Lula de 2002. Para atenuar a sua imagem de radical, Lula lançou uma carta aos brasileiros em que prometia respeitar contratos e não virar a mesa da economia na ocasião. Ele ganhou aquela eleição, assumiu em 2003 e cumpriu a promessa.
Lula teve três derrotas até conseguir essa suavização de imagem que o fez presidente da República pela primeira vez. (...) Não será em uma semana que ele vai convencer essa nova periferia, que de fato mudou e está hoje parcialmente com o seu adversário.
E não é porque ela considera Ricardo Nunes como o 'ó do borogodó', o melhor prefeito da história de São Paulo. Alguns até vão com ele por considerá-lo o mal menor. Mas se fazem isso a ponto de reelegê-lo, é porque acham Boulos a pior das alternativas. Josias de Souza, colunista do UOL
Queda como a de Lula traz risco de lesão a longo prazo, diz neurocirurgião
Uma queda como a sofrida por Lula pode provocar uma lesão a longo prazo, explicou o neurocirurgião Fernando Gomes Pinto em entrevista na edição de hoje. O especialista ressaltou que o presidente precisará de acompanhamento médico por até seis meses para descartar qualquer tipo de problema.
A longo prazo, e aqui eu falo de meses, o paciente pode apresentar alteração de marcha progressiva, incontinência urinária e também um quadro de confusão mental. Então vale a pena seguir de perto o presidente. Provavelmente, ele realizará exames de controle daqui a duas ou três semanas, uma tomografia de crânio para verificar se surgiu alguma lesão adicional.
[O acompanhamento médico deve ser de] Um mês para descartar a formação de hematoma subdural crônico e de três a seis meses para descartar o surgimento de uma hidrocefalia de pressão normal secundária ao trauma de crânio.
Veja a explicação na íntegra:
Tales: Queda de Lula evita encontro desagradável com Putin na Rússia
A queda de Lula no banheiro evitou que o presidente passasse por um momento constrangedor na Rússia, onde se encontraria com Vladimir Putin, disse o colunista Tales Faria. Na noite de sábado (19), Lula sofreu um acidente doméstico. Ele escorregou, bateu a cabeça e foi levado ao hospital Sírio-Libanês em Brasília. O presidente realizará novos exames para certificar que não houve sangramento ou edema.
[O cancelamento da viagem à Rússia] Isso é muito normal em todos os casos de presidentes que sofrem pequenas intercorrências. Não considero nada de anormal ocorrido no momento.
Esse incidente, que é perigoso em qualquer idade por ter um corte atrás [da cabeça], tem um lado positivo, se assim for: o presidente não precisará ir à Rússia. Nesse momento, seria no mínimo desagradável ver Lula ao lado do Putin, com a mídia explorando isso.
Se o pessoal explora um incidentezinho desse, imaginem com Lula ao lado de Putin. Qualquer coisa que ele falasse seria maximizada e viraria manchete. Tales Faria, colunista do UOL
Assista ao comentário:
Josias: Zambelli se contradiz e vê limites na liberdade de expressão alheia
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se contradisse ao buscar, na Justiça, indenização contra o jornalista que a criticou às vésperas das eleições de 2022 —e que foi perseguido por ela com uma arma em punho —, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News
A Carla Zambelli é, na definição dela própria, uma patriota que defende a liberdade de expressão. Ela se contrapôs a várias decisões do STF, inclusive no âmbito do inquérito das fake news. Ela contestou determinações judiciais sob o argumento de que o Judiciário, sobretudo Alexandre de Moraes, conspirava contra a liberdade de expressão.
Ela poderia responder expressando-se livremente, mas, em vez disso, vai ao Judiciário e alega que houve infração à liberdade de expressão. Liberdade de expressão tem limites: quando é para atacar os outros, não; mas quando o ataque se dirige a ela, aí, sim, há limites. É curioso, é inusitado. O jornalista perseguido por ela foi punido pelas opiniões que expressou, enquanto a deputada continua perambulando pelos corredores do Congresso.
Josias de Souza
Assista ao comentário na íntegra:
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