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Entidade pede que Justiça anule concurso com questões machistas de Macaé

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Questão 1 Imagem: Reprodução / Redes Sociais
do UOL

Do UOL, São Paulo

21/10/2024 15h10

A UBM (União Brasileira de Mulheres) pediu à Justiça que o concurso de Macaé, com questões de conteúdo machista, seja anulado.

O que aconteceu

A organização também solicita uma reparação por danos morais coletivos no valor de R$ 10 milhões. No dia 13 de outubro, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) anulou duas questões do concurso público da Prefeitura de Macaé por terem sido consideradas machistas e misóginas.

Após a repercussão do caso, a UBM entrou com uma ação civil pública contra a Prefeitura e a FGV. Ao UOL, Vanja Andréa, presidente da União, disse nesta segunda-feira (21) que apenas anular as questões não é o suficiente.

Isso não anula o pensamento e as conduções machistas em outras provas ou ações da instituição e da prefeitura. Temos que atuar de forma educativa e no sentido dessas instituições serem punidas por atuar contra leis vigentes nacionais e internacionais.
Vanja Andréa, presidente da UBM

A UBM argumenta que a prova violou os direitos das mulheres, a honra e a dignidade feminina. Por isso, pede ainda o recolhimento de todo material relacionado ao concurso. A indenização solicitada deve ser investida em projetos em prol da igualdade de gênero.

A ação deve ser julgada pela 9ª Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital.

Relembre o caso

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Questão 4
Imagem: Reprodução / Redes Sociais

As questões geraram revolta na população e discussão nas redes. Elas faziam parte do exame de língua portuguesa para cargos de professor e foram elaboradas pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), responsável pelo concurso.

A primeira pedia para que o candidato assinale a resposta que ''não contém uma crítica ao fato de a mulher falar demais''. Entre as opções, estão frases como: ''A língua da mulher não cala nem depois de cortada'' e ''Há mil invenções para fazer as mulheres falarem, e nem uma só para as fazer calar''.

A outra questão pretendia que o inscrito identificasse sentenças de comparação. Algumas das respostas disponíveis eram: ''A mulher é como um defeito de natureza'' e ''as mulheres são como robôs: têm no cérebro uma célula de menos e, no coração, uma célula a mais''.

A Prefeitura de Macaé repudiou o material e o chamou de ''ofensivo''. A direção ainda disse que as questões das provas não são aprovadas por ela, sendo restritas à FGV.

A Fundação Getúlio Vargas publicou um comunicado informando sobre a anulação. A instituição justificou a decisão dizendo que elas não estavam ''alinhadas aos princípios da Fundação'', e explicou que "a respectiva pontuação será atribuída a todos os candidatos".

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