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Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras

10/09/2024 17h27

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, determinada pelas ações da Petrobras na esteira do tombo do petróleo no exterior, enquanto dados da China pesaram sobre os papéis da Vale, em meio a preocupações sobre o ritmo de crescimento do maior consumidor de minério de ferro do mundo.

Investidores da bolsa paulista ainda repercutiram dados de preços ao consumidor no Brasil, enquanto aguardam números de inflação nos Estados Unidos na quarta-feira.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,31%, a 134.319,58 pontos, tendo marcado 133.754,18 pontos na mínima e 134.737,68 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou 19 bilhões de reais.

Dados do IBGE mostraram nesta terça-feira que o IPCA teve uma variação negativa de 0,02% em agosto, após subir 0,38% em julho, na primeira taxa negativa desde junho de 2023 (-0,08%). Pesquisa da Reuters apontava avanço de 0,01%. Em 12 meses, subiu 4,24%, de 4,50% em julho e expectativa de 4,29%.

De acordo com o economista-chefe da Porto Asset, Felipe Sichel, a abertura do indicador foi positiva, com a métrica trimestral anualizada moderando dentre as principais linhas, mas não muda a previsão para a decisão do Banco Central a ser anunciada no próximo dia 18.

"O dado não altera nossa expectativa de elevação da taxa Selic em 25 pontos base na próxima reunião do Copom, haja vista que não altera nosso entendimento de que os fundamentos da política monetária - incluindo-se a dinâmica da inflação no curto prazo - estão pressionados", afirmou.  

No final da tarde, curva de juros brasileira precificava 96% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic e 4% de chance de aumento de 50 pontos-base. Na segunda-feira, os percentuais estavam em 91% e 9%, respectivamente.

Segundo o advisor e sócio da Blue3 Willian Queiroz, buscando entender como o IPCA pode influenciar a decisão sobre a Selic na próxima semana, investidores também analisaram dados do comércio exterior chinês, que pressionaram commodities como o petróleo, que refletiu também o corte na previsão da Opep sobre demanda.

Em Wall Street, os principais índices acionários fecharam sem um sinal único, com o S&P 500 mostrando acréscimo de 0,45%, com agentes à espera de dados de inflação ao consumidor na quarta-feira, enquanto calibram apostas sobre o tamanho do corte de juros esperado na próxima semana nos Estados Unidos.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN recuou 1,66%, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou em baixa de 3,69%, a 69,19 dólares, mínima desde dezembro de 2021. PETROBRAS ON caiu 2,14%.

- VALE ON cedeu 1,2%, tendo como pano de fundo dados mostrando que as importações na China cresceram apenas 0,5% em agosto, aquém da expectativa de aumento de 2%, após alta de 7,2% em julho.

- ASSAÍ ON perdeu 3,78%, no quinto pregão seguido de queda. O JPMorgan cortou a recomendação da ação para "neutra" nesta semana, citando que a flexibilidade limitada de capital coloca planos de investimento de curto prazo em risco.

- AZUL PN ganhou 3,69%, após renovar mínimas históricas na véspera. Ainda na segunda-feira, após o fechamento, a companhia aérea divulgou previsão de que a receita anual líquida alcançará cerca de 20 bilhões de reais em 2024.

- AZZAS 2154 ON avançou 2,34%, ajudada por relatório do Goldman Sachs com recomendação de "compra" para ação e preço-alvo de 74 reais.

- KLABIN UNIT valorizou-se 1,66%, com o JPMorgan elevando a recomendação dos papéis a "overweight" e estabelecendo preço-alvo de 28 reais para o final de 2025. SUZANO ON subiu 2%.

- ITAÚ UNIBANCO PN encerrou estável, em sessão mista no setor. BRADESCO PN fechou em alta de 0,32%, BANCO DO BRASIL ON recuou 1,48% e SANTANDER BRASIL UNIT terminou com declínio de 0,19%.

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