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Rússia afirma que "não pode" investigar morte de jornalista da AFP na Ucrânia

08/05/2024 07h04

A Rússia "não pode fazer uma investigação" sobre a morte do jornalista da AFP Arman Soldin, que faleceu na Ucrânia em maio de 2023 perto da então sitiada cidade de Bakhmut, afirmou nesta quarta-feira o porta-voz do Kremlin. 

"A Rússia não pode fazer uma investigação. Provavelmente é necessário procurar o lado ucraniano", disse Dmitri Peskov, que foi questionado na véspera do aniversário de um ano da morte do coordenador de vídeo da AFP na Ucrânia.

"Pelo que entendi, no momento da morte, ele estava no território sob o controle do regime de Kiev", acrescentou.

Arman Soldin morreu aos 32 anos durante um ataque com foguetes, no momento em que fazia reportagens perto de soldados ucranianos Chasiv Yar, nas imediações da linha de frente na região de Donetsk, leste da Ucrânia.

Ele estava produzindo reportagens sobre a que era então a batalha mais ativa da guerra, pelo controle de Bakhmut, localizada a 10 quilômetros de Chasiv Yar e conquistada em maio de 2023 pela Rússia, após mais de nove meses de combates.

Na França, a Procuradoria Nacional Antiterrorista abriu uma investigação preliminar de crimes de guerra em maio de 2023, com o objetivo de determinar as circunstâncias da sua morte e a origem dos disparos. 

Quinze jornalistas morreram na Ucrânia desde o início da operação do Exército russo, em fevereiro de 2022, segundo várias ONGs especializadas. 

A Rússia acusa a Ucrânia de atacar jornalistas russos e afirma que alguns morreram. Mas o país nunca reconhece sua responsabilidade pelas mortes de repórteres atribuídas aos ataques do seu Exército.

bur/fio/pc/zm/fp

© Agence France-Presse

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