República Dominicana elege presidente com Haiti como pano de fundo
A República Dominicana elege seu próximo chefe de Estado neste domingo (19), com o atual presidente, Luis Abinader, favorito para um segundo mandato de quatro anos devido à recuperação da economia e suas duras políticas em relação ao vizinho Haiti.
Os dois países compartilham a caribenha Ilha de São Domingos, mas existe um forte contraste entre a República Dominicana, mais próspera, e seu vizinho empobrecido, mergulhado no caos e na violência das gangues que controlam parte do seu território.
Mais de 8 milhões dos 11,2 milhões de dominicanos são chamados às urnas para este processo que também renova o Congresso.
Há nove candidatos à Presidência, mas Abinader aparece nas pesquisas como vencedor certo, com 60% das intenções de voto, seguido de longe pelo ex-presidente Leonel Fernández (1996-2000, 2004-2012), com 25%.
Tudo indica que Abinader teria votos suficientes para evitar um segundo turno (50% dos votos + 1 voto).
"Votei em Abinader... ele realmente fez um bom governo", disse à AFP María Ramona Antonio, dentista de 74 anos.
"Espero que o próximo governo seja melhor que este", disse Flor Padilla, 50 anos, sem dizer em quem votou.
O processo - que foi inaugurado oficialmente às 07h locais (8h no horário de Brasília) - segue até às 17h (18h em Brasília), três horas antes do primeiro boletim de resultados.
São as segundas eleições que o país organiza este ano, após as municipais de fevereiro, nas quais o Partido Revolucionário Moderno (PRM) de Abinader conquistou 120 das 150 prefeituras.
- A fronteira -
A campanha encerrou na quinta-feira sem grandes atos.
Abinader conta com 70% de aprovação, em parte devido à sua política dura em relação à migração haitiana.
Desde que chegou ao poder, aumentou as operações de imigração e multiplicou as deportações, construiu um muro em parte da fronteira com o Haiti e impediu a migração do país vizinho.
Abinader elogia as conquistas econômicas de seu governo: fala em alto crescimento, inflação "dentro dos limites" e baixo desemprego.
O Banco Mundial prevê uma alta de 5% do PIB no final do ano, enquanto o FMI destaca o "potencial" do país "para se tornar uma economia avançada" nas próximas décadas.
Fernández, porém, denuncia uma manipulação dos números e promete mais crescimento.
"Vamos voltar a comer", afirma, em uma crítica ao preço da cesta básica, que aumentou 3,56% em 2023 em relação a 2022.
Também critica o aumento dos gastos públicos para a campanha e alertou para uma possível compra de votos.
"Precisamos ficar atentos", disse na sexta-feira após uma reunião com uma missão da Organização dos Estados Americanos, parte dos mais de 400 observadores internacionais que acompanham o processo.
ba/jt/lbc/db/jc/dd
© Agence France-Presse
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