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Cirurgião que passou 35 anos na cadeia é preso de novo por atirar em homem

Hosmany Ramos cirurgião plástico  - Henrique Manreza/Folhapress
Hosmany Ramos cirurgião plástico Imagem: Henrique Manreza/Folhapress
do UOL

Do UOL, em São Paulo

02/05/2024 13h11Atualizada em 02/05/2024 16h32

O cirurgião Hosmany Ramos, 79, foi preso em flagrante na quarta-feira (1º) sob acusação de tentativa de homicídio após atirar de raspão na cabeça de um homem em um bairro de classe alta de Itajaí (SC). Ex-assistente de Ivo Pitanguy, ele passou mais de 35 anos atrás das grades devido a condenações por crimes como homicídio, sequestro e assaltos.

O que aconteceu

Hosmany atirou após se desentender com um homem que vendia lotes de terra em SC, diz PM. O cirurgião teria demonstrado interesse em montar uma clínica no local, segundo os agentes que atenderam a ocorrência. Mas acabou discutindo e atirando contra a vítima. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. O UOL não localizou o advogado dele.

Cirurgião já tinha sido detido havia pouco mais de um ano. Autuado pela Polícia Civil por suspeita de furtar um celular em fevereiro de 2023, ele foi identificado na época com o auxílio de imagens do circuito interno de um supermercado em Palmas (TO).

Condenado a 45 anos de prisão, o médico havia sido solto em 2016, após extinção do restante da pena. Isso porque já tinha mais de 70 anos e havia cumprido mais de um terço da pena. Depois, chegou a morar por quatro meses com o filho na Noruega, onde abriu um canal no YouTube.

Em 2018, ele se lançou candidato a deputado federal por São Paulo pelo Avante. Mas a Justiça Federal barrou a candidatura ao julgar procedente a impugnação do MP com base em processos de condenação. À época, dizia ser defensor da liberação de cassinos e da maconha.

Passado criminoso

Antes de ser preso, era figurinha carimbada na alta sociedade do Rio de Janeiro. Hosmany tinha fama de conquistador e aparecia nas colunas sociais. Tinha quatro carros importados e um apartamento em Copacabana, zona sul carioca.

O cirurgião foi condenado por assaltos, sequestro e homicídio. Ele foi acusado de matar o piloto Joel Avon, morto em novembro de 1981 a pauladas e tiros em um hotel em Itapacerica da Serra (SP).

Segundo a Justiça, o cirurgião cometeu o assassinato para evitar que a vítima revelasse os crimes cometidos pelos dois. Hosmany também foi investigado por contrabando, tráfico de drogas e roubo de joias, carros de luxo e até de uma aeronave de pequeno porte.

Cirurgião se envolveu em mais de dez tentativas de fuga. Em um dos casos, serrou as grades da cela, mas o plano não deu certo porque a corda de pano usada na fuga arrebentou. Em outro caso, aproveitou o descuido de quatro agentes para trancá-los em uma cela da superintendência da Polícia Federal do Rio.

Na prisão, iniciou uma carreira literária e chegou a atender presos. Ele removeu tatuagens de internos com base em seu conhecimento adquirido como cirurgião.

Foragido, ele voltou a prisão após participação em sequestro. Um mês após ser considerado foragido por sair da cadeia para visitar a família e não retornar em 1996, foi recapturado por participar do sequestro de um fazendeiro no interior de SP, exigindo pagamento de R$ 300 mil pelo resgate. Mas a ação acabou sendo frustrada pela polícia e Hosmany foi baleado na perna.

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