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RJ: testemunhas viram idoso 'totalmente imóvel' a caminho do banco

Erika de Souza está presa desde 16 de abril - Reprodução/Redes Sociais
Erika de Souza está presa desde 16 de abril Imagem: Reprodução/Redes Sociais
Rafael Neves e Patrícia Calderon
do UOL

Do UOL , em São Paulo, e colaboração para o UOL, em Fortaleza

25/04/2024 17h49

Testemunhas disseram à polícia que o idoso Paulo Roberto Braga, que teve a morte constatada em uma agência bancária no Rio de Janeiro, no último dia 16, estava "totalmente imóvel" ao ser levado ao banco.

O que aconteceu

A polícia ouviu três testemunhas que viram Paulo minutos antes da chegada ao banco onde ele foi dado como morto. Os depoimentos, aos quais o UOL teve acesso, apontam que o idoso já não se movia quando estava sendo levado à agência, em uma cadeira de rodas, por Érika de Souza, que está presa desde aquele dia.

As testemunhas não têm certeza de que ele estava morto, mas relatam não ter notado qualquer sinal de que ele estava vivo. Os relatos são de um casal que viu o idoso no estacionamento do shopping Bangu Real, onde fica a agência do Itaú, e também da gerente de uma loja da Crefisa, próxima ao shopping, onde Érika e Paulo estiveram minutos antes.

A gerente da Crefisa disse ter visto Paulo "totalmente imóvel e com a cabeça para trás" na cadeira de rodas. Segundo a polícia, no local, Érika pediu para retirar o dinheiro de um empréstimo que teria sido feito em nome de Paulo, mas a Crefisa não localizou o suposto empréstimo no sistema. Durante a conversa, Paulo estava "com os olhos fechados e com a boca aberta", segundo a gerente.

Após saírem da Crefisa, Érika e Paulo foram ao shopping, a um quarteirão de distância, em um carro de Uber. No estacionamento do shopping, u casal viu os dois no momento em que desembarcavam do veículo.

De acordo com a polícia, o casal relatou que o idoso estava "totalmente imóvel e debilitado". Após Paulo ser retirado do carro, o casal teria ouvido o motorista do Uber dizer a Érika: "você não pode sair sozinha com ele assim".

Segundo o casal, Paulo "estava com os olhos e bocas abertos e não se mexia". Mesmo assim, o idoso foi colocado na cadeira de rodas e levado para o elevador do shopping. As testemunhas afirmam que Érika ajeitou os braços de Paulo em cima das pernas dele, "mas em nenhum momento Paulo apresentava reação ou qualquer movimento com o corpo".

O motorista de Uber disse que o idoso estava vivo no carro. Mas o delegado Fabio Souza, responsável pelo caso, avalia que as demais testemunhas e as provas apontam que ele já havia morrido pelo menos 40 minutos antes de entrar na agência bancária.

Não há dúvidas que Erika sabia da morte de Paulo, mas como era a última chance de retirar o dinheiro do empréstimo, entrou com o cadáver no banco, simulou por vários minutos que ele estava vivo, chegando a fingir dar água, pegou a caneta e segurou com sua mão junto a mão do cadáver de Paulo
Fabio Souza, da 34º Delegacia Policial (Bangu)

Defesa diz esperar provas

A advogada de Érika afirma que ainda espera provas conclusivas sobre a ocorrência. Na avaliação dela, apenas a perícia poderá concluir se Paulo estava morto no banco, porque há testemunhas que o viram com vida.

As provas produzidas na fase do inquérito policial serão confrontadas em juízo e ainda há depoimentos em aberto. Essas provas estarão sujeitas ao contraditório e à ampla defesa
Ana Carla de Souza Corrêa, advogada de Érika de Souza

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