Bruxelas suspende conferência conservadora de direita
BRUXELAS, 16 ABR (ANSA) - Autoridades da cidade de Bruxelas determinaram nesta terça-feira (16) a suspensão de uma conferência de representantes da direita e extrema-direita da União Europeia.
O evento National Conservatism (NatCon) contaria com oradores como o premiê húngaro, Viktor Orbán; o ex-chefe do Executivo polonês Mateusz Morawiecki; o líder conservador francês Éric Zemmour; e o político britânico Nigel Farage, o "pai do Brexit".
Inicialmente, a polícia foi até o local devido a possíveis protestos de grupos antifascistas. Depois, porém, os agentes comunicaram a revogação da permissão para a realização do evento, que já estava em andamento, com cerca de 400 participantes.
A decisão foi do prefeito de Saint-Josse, Emir Kir, socialista, flho de imigrantes turcos, que alegou a necessidade de garantir a segurança pública. "A extrema-direita não é bem-vinda aqui", afirmou.
Com o evento cheio, os policiais não evacuaram o local imediatamente, mas proibiram novas entradas, esvaziando a conferência ao longo do dia.
Impedidos de entrar, Orbán e Morawiecki improvisaram uma coletiva de imprensa na Eurocâmara: "A última volta em que tentaram me silenciar com a polícia, eram os comunistas, em 1988", atacou o húngaro.
O premiê belga, Alexander De Croo, afirmou que o episódio é "inaceitável": "A autonomia é uma pedra fundamental da nossa democracia, mas não pode anular a Constituição belga, que garante a liberdade de expressão e de reunião pacífica desde 1830. Vetar reuniões políticas é inconstitucional e ponto final".
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, repudiou o cancelamento: "Estamos incrédulos e consternados, a todas as vítimas desse injustificável abuso, vai minha total solidariedade".
Uma porta-voz do gabinete do premiê britânico, Rishi Sunak, também criticou: "Cancelar eventos ou impedir a participação é danoso para a liberdade de expressão e, consequentemente, para a democracia".
A organização garantiu que o evento continuará e que será retomado nesta quarta (17): "A liberdade de expressão não se silencia". (ANSA).
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