Macron e Lula condenam processo eleitoral na Venezuela e analisam presença de Putin na cúpula do G20
O presidente da França, Emmanuel Macron, condenou a exclusão de Corina Yoris da eleição presidencial na Venezuela em uma coletiva de imprensa conjunta com Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, nesta quinta-feira (28), em sua primeira visita oficial de três dias ao país. Juntos, os líderes também comentaram sobre um possível convite ao chefe de Estado russo, Vladimir Putin, para a cúpula do G20 no Brasil, em novembro.
Macron afirmou categoricamente que um convite ao presidente russo para a cúpula do G20 no Brasil, em novembro, deve ser objeto de um consenso dentro do clube dos países mais industrializados do mundo.
"O significado desse clube é que ele deve ser consensual com os outros 19, e esse será o trabalho da diplomacia brasileira", apontou o francês em uma coletiva de imprensa conjunta com Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília. Se essa reunião puder ser "útil, devemos fazê-la", afirmou Macron, mas ponderou que "se ela criar divisão, sem dúvida não" deverá acontecer.
O Brasil assumiu a presidência do G20 em dezembro, e busca conseguir apoio para novas fontes de financiamento para políticas de combate à fome e à mudança do clima.
Críticas à Venezuela
Os dois líderes criticaram a exclusão de Corina Yoris da eleição presidencial na Venezuela. Macron condenou "veementemente" o fato de a opositora do presidente venezuelano Nicolas Maduro não ter conseguido se registrar para votar.
"Estamos pedindo sua reintegração e espero sinceramente que possamos ter uma estrutura reconstruída nas próximas semanas e meses. Não devemos nos desesperar hoje (...), mas a situação é grave e se deteriorou como resultado dessa decisão", declarou Macron.
Por sua vez, Lula disse ser "grave" que Corina Yoris não tenha conseguido se registrar para votar em 28 de julho, como a candidata da oposição ao presidente venezuelano Nicolas Maduro, que está no poder há 11 anos. "Não há explicação legal ou política para proibir um oponente de se candidatar", disse o presidente de esquerda do Brasil.
"Eu disse a Maduro que a coisa mais importante para restabelecer a normalidade na Venezuela era evitar qualquer problema no processo eleitoral e que as eleições deveriam ser convocadas da maneira mais democrática possível", insistiu Lula, em Brasília.
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