Que tal uma rede confortável e um bom livro? Escola incentiva minileitores

Uma escola infantil de Juruti, município de 60 mil habitantes no oeste do Pará, instalou uma área com redes dentro da unidade de ensino. A ação visa estimular a leitura entre as crianças. A direção acredita que deixar as crianças agrupadas, em um espaço ventilado e confortável, exercitando a leitura para todos ao mesmo tempo, pode incentivar a continuidade da prática e melhorar o aprendizado.

Nas últimas semanas, uma foto postada por uma professora da Emei (Escola Municipal de Educação Integral) Casulo Alegria viralizou nas redes sociais. A publicação de Marilei Costa, professora do Jardim l, mostrou os pequenos deitados nas redes, degustando seus livros com toda a curiosidade que os pequenos costumam ter.

A Ecoa, a educadora explicou que o trabalho faz parte de um projeto chamado "Desenhar é Arte, ler faz Parte". A ideia do redário partiu da vivência dos educadores com a região onde moram, local onde o uso das redes é bem comum.

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"A ideia é proporcionar a criança uma leitura prazerosa e lúdica. Incentivamos a leitura estimulando a sua imaginação, curiosidade e suas aprendizagens. Nesse projeto está incluído a Mala Viajante, onde fazemos o sorteio da mala e a criança sorteada escolhe os livros para levar dentro da mala", explicou a professora.

Marilei conta que uma história é escolhida e a criança junto com sua família vai contar para a turma. Essa contação ocorre por meio do teatro, com dramatizações. A mala também viaja de sala em sala, dando oportunidade para todos os pequenos escolherem as histórias que querem ouvir.

"Tem o pé de livro, onde as obras são penduradas debaixo das árvores, onde a criança alcança. Nesse pé de livro são coladas as mesinhas. Temos várias maneiras de se trabalhar a leitura", continuou.

A professora explica que os pequenos se divertem e adoram as ações, principalmente a leitura nas redes. Tanto as crianças quanto os pais dos pequenos, ressalta a professora, demostram que acham as ações prazerosas.

"Na fala deles, dizem que gostam de ler deitados, gostam de se embalar, como chamamos aqui. Os pais acham uma ideia muito boa e um incentivo à leitura. Os pais relatam que as crianças pedem para eles contarem histórias em casa. Acontece de forma que os pais preparam um cantinho em casa para o momento da leitura", disse.

O redário é utilizado pelas mais 150 crianças que frequentam a escola. Os pequenos vão dos 3 aos 5 anos.

A professor Marilei se diz gratificada em poder ajudar essas crianças a tomarem gosto pelos livros. "A leitura é muito importante na vida da criança para seu desenvolvimento cognitivo e social. Através da leitura, a criança expressa seus sentimentos, emoções e sua imaginação. É muito gratificante poder fazer parte desse processo na vida delas", destacou.

Redes para leitura desde 1976

Rita Betânia Pereira é a diretora da Emei Casulo Alegria. Ela conta que, embora tenham ganhado notoriedade agora, as redes sempre existiram nas escolas da cidade desde 1976.

"Somos 24 unidades no município: quatro na cidade e 20 no meio rural. O redário é um espaço pedagógico de leitura. O uso das redes é uma questão de trazer a cultura para o espaço da escola. Além das redes, do pé de livros e Mala Viajante, temos o 'Um Mascote em Minha Casa'. Nesse projeto, as crianças escolhem o mascote de sua turma e depois confeccionam e levam para casa para ficar um fim de semana", detalhou.

"Sem dúvida, temos muito de positivo nos resultados. Não só pela rede, mas por todo projeto voltado para inserção da criança na cultura escrita. Nosso objetivo é ajudar a construir crianças leitoras e escritoras, no sentido de escrever seus pensamentos e sua interpretação", disse.