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'Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora', diz Bolsonaro sobre Amazônia

do UOL

Thaís Augusto

Do UOL, em São Paulo

10/11/2020 17h36

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se referiu ao presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden como "candidato à chefia de estado" hoje à tarde. Sem citar o nome de Biden, rebateu um posicionamento do democrata em relação à Amazônia.

"Assistimos há pouco um grande candidato à chefia de estado dizer que se não apagar o fogo da Amazônia, vai levantar barreira comercial contra o Brasil", começou Bolsonaro. "Apenas diplomacia não dá. Quando acabar a saliva, tem que ter pólvora, senão não funciona. Precisa nem usar a pólvora, mas tem que saber que tem. Esse é o mundo."

Durante a campanha, Joe Biden sugeriu que pode destinar US$ 20 bilhões para investimentos na proteção da Amazônia, com algumas condições. O presidente Bolsonaro não aprovou a ideia, mas o embaixador do Brasil, Nestor Forster, nos EUA disse que seria uma ajuda bem-vinda.

Naquele debate, do dia 30 de setembro, Biden também afirmou que haveria retaliações econômicas caso Bolsonaro continuasse a permitir a destruição da floresta Amazônia.

Até setembro de 2020, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 76.030 pontos de fogo na Amazônia. É mais do que em quase todos anos anteriores.

Antes de citar a Amazônia, Bolsonaro disse que "quem tem riqueza não pode dizer que é feliz". "Tem que tomar cuidado, está cheio de malandro de olho". Ele acrescentou então que o Brasil é rico em biodiversidade e tem regiões turísticas que valem "uma fortuna".

Ao contrário de outros líderes mundiais, Bolsonaro ainda não felicitou o democrata Joe Biden pela vitória nas eleições americanas, que ocorreu no último dia 3. Ontem, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que Bolsonaro vai cumprimentar o presidente eleito "na hora certa".

Ainda segundo Mourão, o governo aguarda o final do processo de contestação do resultado eleitoral por Donald Trump, político alinhado ao presidente Bolsonaro.

Acusação de fraude

Na semana passada, Bolsonaro chegou a publicar nas redes sociais que "há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências" na eleição nos Estados Unidos.

Ele não fez uma menção clara às suspeitas levantadas por Trump, mas disse que "é inegável que as eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais".

Ontem, a campanha de Donald Trump afirmou que o americano não tem intenção de aceitar a derrota. Sem apresentar provas, o presidente afirma que o envio de votos pelo correio é corrupto e "destruiu o sistema" eleitoral dos Estados Unidos.

Desde o início da apuração, a campanha de Donald Trump vem apontando para uma suposta fraude envolvendo cédulas enviadas pelo correio.

Fontes internas da Casa Branca disseram à rede americana CNN que a esposa de Trump, Melania, e outros membros da família tentam convencer o presidente a reconhecer a derrota.

Além disso, Trump ainda não autorizou que a equipe de transição de Biden inicie o processo de mudança de poder.

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