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Operador demitido do Société Générale critica chefes por apostas não autorizadas

02/05/2024 15h17

PARIS (Reuters) - Um dos traders do Société Générale dispensados pelo banco francês no ano passado após a descoberta de uma série de apostas não autorizadas criticou seus ex-chefes, dizendo que eles foram culpados por não terem identificado as negociações.

Kavish Kataria, ex-vice-presidente do SocGen em Hong Kong, disse no LinkedIn na quinta-feira que seu emprego havia sido encerrado com pagamento equivalente a sete dias e seu bônus do ano anterior retido, apesar de, segundo ele, o banco ter lucrado mais de 50 milhões de dólares em oito meses.

"Em vez de assumir a responsabilidade pelo lapso em seu sistema de risco e por não identificar as operações no momento certo, eles me demitiram e rescindiram meu contrato", disse ele.

"Apenas mencionar uma falha técnica ou dizer que eles não estavam cientes das negociações feitas por mim é completamente incorreto", acrescentou.

Kataria disse que as negociações que ele fez foram registradas automaticamente em um sistema e relatadas diariamente "pela equipe de controle de PL para todos os chefes superiores em HK e em Paris"

O banco não quis comentar a postagem de Kataria.

Dois operadores do Société Générale baseados em Hong Kong deixaram o banco francês no final do ano passado depois que o banco descobriu apostas não autorizadas feitas por meio de contratos de opções vinculados a índices do mercado acionário indiano, disse uma fonte próxima ao assunto na terça-feira.

As negociações não excederam os valores de negociação autorizados e não resultaram em perdas, mas os sistemas de gerenciamento de risco do banco não conseguiram detectar as negociações porque elas eram feitas pela manhã e desfeitas à tarde todos os dias, não deixando nenhum rastro de qualquer negociação que excedesse os limites nos registros, acrescentou a fonte.

Em um comunicado na terça-feira, o Société Générale disse, sem detalhar, ter identificado "um incidente isolado em 2023, que não gerou nenhum impacto e levou a medidas de ajuste apropriadas".

(Por Mathieu Rosemain)

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