Governo italiano nomeia novo interventor para Alitalia
A companhia aérea era administrada desde maio de 2017 por três interventores nomeados pelo governo: Stefano Paleari, Enrico Laghi e Daniele Discepolo, que substituíra Luigi Gubitosi, atualmente CEO da Telecom Italia, há exato um ano.
Agora, no entanto, o governo decidiu mudar a estratégia e nomear um único comissário, o advogado Giuseppe Leogrande, especialista em direito falimentar e que já exerceu funções semelhantes em várias empresas, inclusive a companhia aérea low cost Blue Panorama.
Leogrande ficará responsável pelo novo processo licitatório para encontrar um comprador para a Alitalia, que será acompanhado por um plano de cortes e reorganização que torne a empresa mais "palatável" para investidores.
Adiado diversas vezes desde 2017, o prazo final para uma oferta definitiva pela companhia aérea terminou em 21 de novembro, mas o consórcio liderado pela estatal Ferrovie dello Stato (FS) não conseguiu chegar a um acordo para colocar sua proposta na mesa.
O grupo de potenciais compradores também incluía a americana Delta Air Lines, o Ministério da Economia e das Finanças e a holding italiana do setor rodoviário Atlantia, que acabou desistindo na última hora.
O fracasso obrigou o governo a recomeçar a busca por um comprador - com novo prazo fixado em 31 de maio de 2020 - e a conceder um empréstimo-ponte de 400 milhões de euros à Alitalia.
Até agora, Roma já empenhou 1,3 bilhão de euros para evitar a quebra da companhia aérea.
"Quero agradecer aos comissários Daniele Discepolo, Enrico Laghi e Stefano Paleari pelo trabalho desenvolvido em uma situação delicada e pela sensibilidade institucional demonstrada na gestão de um caso complexo, mas que, infelizmente, não levou a uma solução de mercado definitiva para a empresa", disse nesta sexta o ministro do Desenvolvimento Econômico da Itália, Stefano Patuanelli.
"Um agradecimento também ao novo comissário, Giuseppe Leogrande, por ter aceitado o cargo. Junto com ele, o Estado agirá para permitir a recuperação definitiva da Alitalia", acrescentou. Um dos alvos do governo é a alemã Lufthansa, que já demonstrou interesse pela companhia, mas exige uma profunda reestruturação para entrar em seu capital.
Crise - Ex-companhia de bandeira, a Alitalia foi privatizada e hoje tem 51% de suas ações nas mãos da holding Compagnia Aerea Italiana (CAI) e 49% com o grupo árabe Etihad Airways.
Após ter ficado à beira da falência no início de 2017, a empresa sofreu uma intervenção do governo, que concedeu empréstimos públicos para garantir sua sobrevivência e a administra desde então. (ANSA)
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