Conselho de Segurança rejeita reunião sobre Ucrânia solicitada pela Rússia
Nações Unidas, Estados Unidos, 20 Mai 2019 (AFP) - Países europeus e os Estados Unidos bloquearam nesta segunda-feira um pedido da Rússia para realizar uma reunião no Conselho de Segurança da ONU sobre a nova lei linguística da Ucrânia.
A Rússia fracassou em sua tentativa de conseguir os nove votos necessários para convocar esta reunião, solicitada no mesmo dia em que o novo presidente da ex-república soviética, Volodimir Zelensky, assumiu o cargo.
Cinco países europeus (França, Reino Unido, Alemanha, Polônia e Bélgica) e os Estados Unidos votaram contra a petição de Moscou, cinco países votaram a favor (Rússia, China, África do Sul, República Dominicana e Guiné Equatorial) e quatro se abstiveram (Indonésia, Costa do Marfim, Peru e Kuwait).
O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, pediu no fim de semana passado em uma carta a realização dessa sessão de emergência para tratar de uma lei de Kiev sobre "o uso do ucraniano como língua nacional", que, segundo Moscou, "viola diretamente o espírito e a letra" dos acordos para frear o conflito entre Rússia e Ucrânia assinados em 2015 em Minsk e ratificados depois pelas Nações Unidas.
O parlamento ucraniano aprovou a lei em 25 de abril, e está previsto que esta entre em vigor em julho. O novo texto amplia principalmente a cota de ucraniano nos meios audiovisuais.
A Rússia pediu a convocatória desta reunião "sem aviso prévio", justificou o embaixador francês na ONU, François Delattre.
Seu objetivo é "pôr em dificuldade o presidente" Zelensky, denunciou Delattre, apoiado neste sentido pela Alemanha, Polônia e Estados Unidos.
"Não há conflito russo-ucraniano", afirmou Nebenzia, que acrescentou que a crise no leste do país vizinho foi um problema de Kiev.
O embaixador de Moscou denunciou a "ucranização forçada" no leste e no sul da Ucrânia, onde vive uma minoria que fala russo.
A questão do idioma é muito polêmica na Ucrânia, que formou parte do império russo e depois da URSS, já que o idioma local sofreu restrições e inclusive proibições.
Apesar de que o uso do ucraniano se estendeu depois da queda da União Soviética em 1991 e do conflito desatado com a Rússia em 2014, no leste e no sul do país ainda há cerca de 45 milhões de habitantes que falam russo.
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